sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um Mês


O jornalista Itevaldo Júnior (O Estado do Maranhão) publica em seu blog um artigo que se encaixa como luva na pasmaceira que se tornou a eleição para o governo do Estado. Leiam abaixo.

“Escrevi aqui (releia) que no horário eleitoral gratuito de rádio e TV a política dá lugar aos clipes e jingles. Já se foram quase 20 dias de propaganda eleitoral na TV e o cenário eleitoral é rigorosamente o mesmo.

Nada mudou porque os programas eleitorais são todos muitos ruins. Todos. A impressão que me resta é que não há pesquisa qualitativa nessas eleições. Elas são fundamentais para definir rumos discursivos nessa guerrilha de imagens visuais e verbais que é a propaganda de TV.

Pelo país afora um único cenário nas eleições para governadores mudou: foi em Minas Gerais. O candidato Antonio Anastasia (PSDB) com a intensificação do Aécio Neves na campanha colou no Hélio Costa (PMDB). Hoje o Datafolha aponta uma diferença de cinco pontos percentuais.

Resta um mês até o dia da eleição. O que farão Roseana, Jackson, Flávio Dino, Saulo, Marcos Silva e Josivaldo até lá?

Caso as coordenações de campanha e os marqueteiros de plantão tivessem observado um dado que consta das duas pesquisas Escutec feitas para o jornal O Estado do Maranhão, a eleição maranhense não fosse tão monótona. Tão piegas.

A questão da Escutec é: “Como o(a) Sr.(a) diria que se sente em relação à vida que vem levando hoje? O(a) Sr.(a) está?”

Impressionantes 80,2% disseram está satisfeitos, enquanto 12,0% afirmaram estarem insatisfeitos. Essa é uma questão típica de pesquisa qualitativa. Com qual discurso as candidaturas se posicionariam a partir desses números?

Os programas eleitorais são ruins porque eles não sabem com quem se comunicam. Também não existe campanha na internet (possuir sites, blogues e/ou escrever gracinhas no twitter, facebok e assemelhados não é estratégia eleitoral).

Dos 80,2% de satisfeitos 82,9% tem entre 25 e 34 anos e outros 76,9% estão na faixa de idade entre 16 e 24 anos. Qual é mesmo a candidatura a governador que dialoga com os jovens?

A campanha eleitoral dos governadores chegou até aqui sem nenhuma criatividade. Sem nem um apelo que dispute os corações e mentes dos eleitores.

A campanha de 2010 é um trem carregado de mesmice, de apatia, de falta de coragem, de lassidão e desalento. Para alguns resta um vagão recheado de um belíssimo sentimento: a esperança.

Para os outros, os deixo com um ensinamento do Millôr Fernandes: “na dúvida, mantenham a dignidade”.”

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