segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Inferno e o Paraíso



Numa letra de música romântica tem uma frase que serve pra muita coisa: “É do inferno que se vê o paraíso”, diz um sujeito insatisfeito com o romance. Depois que o cara termina o relacionamento ele se arrepende e começa a achar a nova situação infernalmente pior que a anterior.

Na vida particular como na pública a gente sempre pode tomar atitudes açodadas, e na intensão de protestar contra uma situação desfavorável acaba, por não medir as consequências, dando um passo errado.

Na administração e na política a sensação de que pior do que está não pode ficar é um engano que corriqueiramente surpreende no contrapé da mentalidade atrasada, da desonestidade e da incompetência de muitos “salvadores da pátria”.

Porém, estas linhas têm pouco a ver com quem ainda padecerá no paraíso da intendência municipal e diz respeito àqueles cujo dever é zelar pela continuidade dos serviços essenciais e pela proteção do patrimônio público até 31 de dezembro. Tais cuidados são imperativos, se não em respeito às leis e ainda, à própria história pessoal, mas pela possibilidade da reabilitação: ou pela constatação das reais dificuldades da lida com a coisa pública ou pelo simplório destrambelho dos sucessores.

É precisa refletir sobre tudo isso antes que, entre vencidos e vencedores de outubro, a população não consiga mais diferençar o inferno do presente e do futuro e passe a viver no limpo da desesperança eterna.   




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