terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Tapetão e as Estradas da Corrupção



O termo tapetão usado pela crônica futebolística para designar as famosas viradas de mesas que mudam, em tribunais desportivos, resultados obtidos no campo do jogo, nem tão recente assim, passou para o meio político como forma de desmerecer investidas de adversários ou do ministério público contra quem ganha no voto, mas que – em tese – acabaria apeado do cargo ou sequer assume por inelegibilidade ou cometimento de crime eleitoral.

Se reparar bem há uma guerra maniqueísta por trás da utilização da palavra. É como alcunha de corrupto, que caracteriza o político adversário, e somente ele; ainda que os que costumo votar ou sigo tenham incorrido nos mesmos erros. Essa miopia aqui em Chapadinha é uma festa!

Se no futebol a validade das jogadas são decididas em cima do lance, a regularidade dos atos de campanha política é regulada por lei e, se contestada, precisa passar pelo crivo do devido processo e do contraditório judicial.

Para o político que ganhou de forma espúria (comprando votos ou abusando do poder, por exemplo) o pedido de cassação será sempre um incomodo desesperador. Mas para a cidadania a possibilidade da investigação criteriosa de eventual desvio eleitoral é a exata garantia do papel soberano do voto.

Antes de tudo é preciso encarar os processos que tramitam contra ambos os candidatos locais como exercício regular do direito de fiscalização de parte a parte e como pressuposto de combate à adulteração eleitoral, que não é outra senão mãe zelosa da corrupção administrativa.

Havendo provas condenações interromperão carreiras. Porque acima dos cartolas, dos coronéis e de novos ricos, pela solidez das instituições e qualidade dos magistrados, a justiça prevalecerá.     

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