sábado, 16 de março de 2013

Belezinha e o Efeito Orloff


Se no iminente desvendar do abuso de poder e compra de votos o pesadelo de cassação prossegue, o governo municipal se auto-imola perante a população e sob olhar atônito da dona de tudo. Divisão política e racha interno é uma coisa, outra completamente diferente é fratura exposta que caminha para amputação ou gangrena.  

Ainda não deu certo, contudo, ninguém apostou mais na expulsão de Isaías do governo e das secretarias que seus aliados e familiares ocupam que o núcleo mais próximo de Belezinha. Entre vereadores, secretário eminência parda e blogueiros a campanha contra Isaías incluiu ataques ao filho Marcelo e denúncias contra o genro Bacellar. O fogo foi tão intenso que alcançou a chefa e não teve outro jeito a não ser recuar. Faz tempo que não batem em Isaías... Talvez comecem a elogiar! 

Longe de ser bandeira política, o brocardo “do olho do dono” apenas delatou profundos conceitos de quem manda porque comprou e ordena porque tem posses.

O poder que batia no peito dizendo que não aceitava barganha e jurava que prefeita honesta não coopta parlamentares, agora segue acertando com vereadores no atacado e com advogado no varejo. Tudo isso – claro – de graça, só às custas da saliva e da sapiência do guru Aluísio Santos.

As licitações fictícias projetam consumo de 38 mil e 900 vassouras. Garantindo que os recursos não foram gastos, assumem a dimensão da estimativa absurda, mas não desfazem a explícita sensação de burla e de malícia na lista de compras vencida por aliados que brigaram até por cavaletes em período eleitoral.

Na recusa de manter os acordos com a Suzano a prefeita foi salva pelo gongo da dificuldade financeira da empresa. A história vexatória que une Danúbia, o secretário estadual Luis Fernando e Belezinha, num enredo de mentiras e intrigas só não volta a tona se a Suzano quebrar de vez. 

Contra as reivindicações dos servidores o governo é hilário: para manter o capricho mesquinho de não pagar no dia 20, alega que legalmente pode fazê-lo até o quinto dia último do mês subseqüente; já quanto à redução da jornada de trabalho dos professores (direito indiscutível) pede prazo de “um, dois meses, não sabemos” nas palavras da própria gestora. Seria possível traçar uma média entre “um, dois meses e não sabemos” para estipular que prazo é este? 

Por tudo de errado que se apresenta, só resta o festejo inebriante dos processos do féretro político Magno Bacelar, que participando do acordo “Magnúbia” com “Bebelu”, também brinda e, como propaganda de vodca, avisa: “Belezinha eu sou você amanhã!” 

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