sábado, 20 de fevereiro de 2016

Caso Daniel: Prefeitura Diz Que Mãe Conhecia Enfermeira e Admite que Médico Assinou Receita Sem Ver a Criança


Por meio de nota a Secretaria Municipal de Saúde se pronunciou sobre o caso do menino Daniel, demonstrando profundo incômodo com a repercussão do drama e contestando as informações repassadas pela família da criança.

Em resumo a nota defendeu a competência da enfermeira que fez o atendimento, disse que a mãe da criança sabia que estava sendo atendida por enfermeira, que o médico assinou a receita sem ver a criança como autorização da entrega dos medicamentos no posto de saúde, que o menino foi atendido em Chapadinha no começo da crise e mandado a São Luís no agravamento, sugere a Síndrome de Stevens-Johnson como causa do problema, que o município vem prestando assistência à família e, por fim, repudiou o noticiário em torno do caso.  

“A senhora A. S. (mãe de Daniel) sabia que estava sendo atendida por uma enfermeira e até conhecia a profissional, pois ela (a enfermeira) já realizou consultas de pré-natal da mesma”, diz a nota. “Antes de julgar a enfermeira, é bom deixar bem claro, que a mesma tem formação com certificado do curso de AIDPI (Atenção Integral às Doenças Prevalentes na Infância), que a habilita para realizar vários procedimentos, tais como consultas de pré-natal, Puericultura (acompanhamento de crianças desde o pré-natal até a puberdade), prescrição de medicamentos (antibióticos, analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios, anti-helmínticos, vitaminas, etc.), entre outros”, completa.

Sobre o fato de a enfermeira ter atendido a criança e a receita ter sido assinada por médico a prefeitura diz o seguinte: “diante do quadro clínico característico de uma Virose, a enfermeira avaliou e prescreveu as medicações em questão: paracetamol e ibuprofeno (medicações que pertencem à Farmácia Básica). Dentre estes, o ibuprofeno é um fármaco em que sua comercialização necessita de receita médica. Pensando nisso, a enfermeira foi ao Consultório Médico da referida Unidade de Saúde, para que Dr Juan Carlos Cabezas Rojas autorizasse a receita”, relata a nota deixando contraditória a possibilidade de a enfermeira prescrever uma medicação que só pode ser vendida mediante receita de médico.

Ainda de acordo com a nota, a prefeitura insiste ter dado apoio à família. “No dia 28 de Janeiro de 2016, os pais procuraram a Secretaria Municipal de Saúde para relatar o caso. Somente neste dia tomou - se conhecimento da real situação da criança, pois a mesma havia retornado de alta hospitalar à Chapadinha. Diante disto, na mesma manhã a Secretaria enviou Profissionais da Saúde para visitar o domicílio e tomar conhecimento das necessidades da criança. Desde então, a criança passou a receber Visitas Domiciliares, semanalmente, de profissionais como: Enfermeiras, Pediatra, Psicóloga, Nutricionista, consulta especializada com Oftalmologista, além de medicações, roupas de cama, suprimentos alimentícios, materiais de curativo e higiene pessoal, de acordo com as prescrições dos profissionais e solicitações da mãe da criança. Sendo assim, a Secretaria Municipal de Saúde, dentro de sua competência, está suprindo todas as necessidades de D. S. B”, afirma.

Em outro trecho, a nota cita a provável causa dos problemas de saúde da criança e faz menção a laudo, mas sem anexar o documento entra as imagens divulgadas. “Um laudo médico expedido pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Luís indica que D. S. B. teria desenvolvido a Síndrome de Stevens- Johnson e que a mesma teria sido causada, provavelmente, por uma reação a uma medicação. O que se sabe dessa doença é que a mesma é muito rara, acomete 1 pessoa a cada um milhão de habitantes, é grave e provoca surgimento de lesões avermelhadas em todo o corpo e outras alterações. Vários estudos clínicos apontam que a Síndrome não tem uma única causa definida, mas que em muitos casos, ela surge após o paciente ter uma virose, que somado à baixa imunidade, a outras questões de saúde e também à medicação, pode desenvolver a doença”.

“A secretaria municipal de saúde de Chapadinha prioriza, em primeiro lugar, a vida humana, e sempre busca elucidar os fatos ocorridos no município de maneira responsável. E, mais uma vez, lamenta como alguns veículos de comunicação da cidade divulgaram o problema do menor D.S.B. e da forma irresponsável que tentaram jogar a opinião pública contra uma profissional que sempre desenvolveu seu trabalho com dedicação e respeito a todos”, finaliza a nota oficial, que pelo conteúdo suscitou mais dúvidas e andou longe de esclarecer definitivamente o caso.


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