domingo, 6 de março de 2016

O Duro Golpe nos Opositores e o Fortalecimento de Lula


Sem querer, o juiz Sérgio Moro, que comanda as investigações da Operação Lava Jato, terminou fortalecendo o ex-presidente Lula, no momento em que muitos achavam que ele não resistiria ao cerco em torno de si e de sua família. A condução coercitiva e midiática seria o nocaute, a queda definitiva de Lula. Assim foi planejado pelos seus algozes. Equivocaram-se. Com Lula revigorado, e com apoio da militância, a oposição terá dificuldades em tirá-lo da disputa em 2018.  Ele demonstra estar  encorajado a retomar a luta política. 

“Eles não acertaram a cabeça da jararaca. Acertaram o rabo, e a jararaca está viva!”, foi a reação do ex-presidente, o que mostra que ele está mais vivo do que nunca para a disputa. E tem mais: já vai antecipar a campanha, quando diz que está disposto a percorrer o país para denunciar o golpe e conclamar a militância para tomar as ruas novamente.

Muitos analistas políticos, após o episódio midiático e da reação à altura de Lula, avaliaram que a condução desnecessária terminou fortalecendo o ex-presidente, que saiu como vítima de uma arbitrariedade e de uma operação que tinha como real objetivo atender a interesses dos grandes veículos de comunicação, dente eles a poderosa Globo, que já sabia da operação desde as 2h da madrugada.

Depois de o caldo derramado, o juiz Moro veio lamentar a onda de violência que toma conta do país. Tentou explicar por que ordenou a condução coercitiva do ex-presidente Lula, sem, antes, intimá-lo a depor. "Como consignado na decisão, essas medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-Presidente. Cuidados foram tomados para preservar, durante a diligência, a imagem do ex-Presidente", disse, tentando minimizar o impacto da ação desastrada.

O juiz da Lava Jato disse também que repudia atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa. Colocação tardia, pois a condução coercitiva, sem motivação, já foi um ato de violência.

Em todos os lugares, partidos, sindicatos e centrais de trabalhadores que apoiam o governo Dilma estão se mobilizando para manter uma vigília permanente contra o golpe. O objetivo do cerco judicial, político e midiático, além de tentar fragilizar o ex-presidente Lula para a disputa em 2018, é deixar a presidente Dilma sem condições de governar, levando-a a renunciar ao cargo. Os que sonham com o golpe vão continuar torcendo para que o juiz Sérgio Moro continue com sua artilharia voltada para o Palácio do Planalto, fazendo com que Dilma seja o próximo alvo. Talvez, com essa reação favorável ao PT e ao governo, o juiz da Lava Jato passe a ser mais cauteloso na condução das investigações, não correndo risco de tomar decisões que pareçam arbitrárias e contra o Estado Democrático de Direito.


Uma coisa é certa: o tiro saiu pela culatra. Lula, ao reagir com veemência ao ato arbitrário, mostrou que ainda tem força política para mobilizar massas. A ação de Moro foi um golpe nas pretensões dos que sonham com o golpe!

Por: Gilberto Lima

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