terça-feira, 3 de maio de 2016

Emboscada ao Repórter do Fantástico Tende a Ficar Impune

Reconstituição da Ação Criminosa

Prestes do julgamento final pela justiça de Brejo, o caso do assalto aos repórteres do programa Fantástico, que investigavam supostos desvios de recursos públicos em Mata Roma e Anapurus, ocorrido em 2014, ao que tudo indica caminha (no máximo) para a condenação dos quatro indiciados como participantes da ação, nenhuma menção a prováveis mandantes e sem informações de testemunhas cruciais que deixaram de ser ouvidas no curso do processo.

Embora as investigações apontem que pelo menos 8 pessoas tomaram parte da emboscada, somente quatro suspeitos foram identificados e indiciados entre eles: o Policial Militar Raimundo Silva Monteles, Jairo Lisboa da Silva Sousa, Aguinaldo Henrique Alves e Manoel Francisco Monteles que seria o líder do grupo.

Audiência na Justiça da Comarca de Brejo

Depois do assalto contra a equipe da Globo, o titular desta página e o blogueiro Alexandre Cunha fomos os primeiros a cobrir o caso e a prestar solidariedade ao repórter Eduardo Faustine e a acompanhá-lo junto as autoridades policiais de Chapadinha, desde então sabemos de uma pessoa que acompanhou toda a cena do crime e que estranhamente não foi ouvida entre as 13 testemunhas arroladas durante o processo. Nossa reportagem está tentando ouvir a testemunha em busca de novas informações.

O promotor Clodoaldo Nascimento que denunciou os quatro réus do processo, ouvido pela reportagem da TV Mirante, falou sobre a possibilidade de os mandantes e demais autores escaparem da ação da justiça. “É possível que outros tenham participado, mas como não foi possível identificá-los, provavelmente eles ficaram impunes”, declarou o promotor que pediu a condenação dos réus por roubo qualificado.

Com testemunhas importantes deixadas de lado, réus primários que não entregam mandantes e se condenados pegarão penas leves, o atentado aos jornalistas da poderosa Rede Globo tende a ficar impune e a cair no esquecimento como um convite à violência e ao cerceamento da imprensa.     

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