Longe de
temas verdadeiramente importantes, como fogo de caieira, arde nos bastidores da
política o debate sobre mudanças na regra de eleição da mesa diretora da Câmara
Municipal de Chapadinha. Entre as mudanças estaria a possibilidade de reeleição
no mesmo mandato, voto aberto e antecipação da votação de dezembro para junho
de cada biênio.
Mesmo sem
revelar posição oficialmente, as conversas indicam que a base aliada e o
governo defendem as mudanças sem explicar qual o ganho com as medidas.
Sobre a
reeleição há bons argumentos a favor. Se a reeleição é regra para prefeito até
presidente da república, nada contra que os parlamentos adotem mesmo
entendimento.
A
controvérsia aumenta quanto ao voto aberto e complica de vez no que tange a
antecipação de eleição em 6 meses.
Quase como
uma lei natural da política, todo prefeito deseja um presidente de câmara
aliado, quanto mais íntimo melhor e o voto aberto é um mecanismo de controle de
um poder sobre outro. O voto aberto surfa no argumento simpático de que o povo
precisa saber como vota o seu representante, mas acaba levando o parlamento ao
naufrágio da interferência em suas escolhas. Em outras palavras: com voto
aberto os vereadores perdem o poder de decisão à base da pressão e o papel de
fiscalizar desce no ralo da submissão transmitida ao vivo e enquanto incautos não
se ligam na alternância que faz de quem é governo hoje, oposição mais adiante.
Simples assim.
Pior é
a antecipação! Tão ruim que ninguém consegue explicar o porquê. Qual o ganho
social em trazer a votação de dezembro para junho? Neste ponto não existe
argumento lógico possível para além de tramas, golpes e outros interesses inconfessáveis.
Com a urgência
das mudanças de regras de eleição da presidência, em detrimento de temas mais relevantes
para a cidadania como código tributário, regras de posturas urbanas, análise do
sistema de previdência municipal e outros, a Câmara parece querer encerrar 2017
a fim de se diminuir.
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