O jornalista Eduardo Braga, que é petista e tem fortes ligações com Chapadinha, participa do debate sobre a decisão do partido acerca das eleições deste ano com o artigo que transcrevo abaixo, em itálico. Outros textos em sentido contrário serão aceitos e divulgados.
“O Encontro de Definição de Tática Eleitoral do PT-MA decidiu, por 87 votos a 85, que o partido apoiará a candidatura a governador do deputado federal Flávio Dino (PCdoB). O comunista surpreendeu ao conseguir mais de 120 mil votos e se tornar o quarto deputado federal mais bem votado nas terras maranhense perdendo apenas para dois filhos de ex-governadores, José Sarney Filho e Roberto Rocha, e o chefe da Casa Civil do governo da época, Carlos Brandão.
A estranha eleição de 2006 no Maranhão foi vencida pela auto-entitulada “Frente da Libertação”. A tal frente foi pensada pelo governador da época, Zé Reinaldo Tavares (PSB), que fora vice-governador de Roseana e eleito para o cargo depois de ter assumido o posto em decorrência à renúncia dela para disputar vaga no Senado, em 2002.
O PT indicou o vice da chapa de Edson Vidigal (PSB) e compôs o governo Jackson sem destaque. Bira do Pindaré, que venceu a eleição pra senador na capital, foi nomeado “assessor especial” do governador, enquanto ao PSDB coube a Casa Civil, com Aderson Lago, e o apoio necessário para vencer as disputas pelas prefeituras de São Luís, com João Castelo, e de Imperatriz, com Sebastião Madeira.
Concretizada a cassação, a oposição, ainda meio que desorientada, ensaia uma nova cooperativa de candidatos, com o mesmo Jackson Lago, Flávio Dino e Roberto Rocha. A candidatura de Flávio Dino não tem chances reais de vitória. O apoio do enrolado prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, pode lhe ajudar a se eleger deputado federal, mas governador é outra história. Então, pra que apoiar Dino e rachar o palanque de Dilma?
O governo Jackson foi marcado pela ineficiência e pelas denúncias de corrupção e acabou sendo cassado.
"O PT indicou o vice da chapa de Edson Vidigal e compôs o governo Jackson sem destaque. Bira do Pindaré, que venceu a eleição pra senador na capital, foi nomeado “assessor especial” do governador, enquanto ao PSDB coube a Casa Civil, com Aderson Lago, e o apoio necessário para vencer as disputas pelas prefeituras de São Luís, com João Castelo, e de Imperatriz, com Sebastião Madeira."Concretizada a cassação, a oposição, ainda meio que desorientada, ensaia uma nova cooperativa de candidatos, com o mesmo Jackson Lago, Flávio Dino e Roberto Rocha.
"A candidatura de Flávio Dino não tem chances reais de vitória. O apoio do enrolado prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, pode lhe ajudar a se eleger deputado federal, mas governador é outra história. Então, pra que apoiar Dino e rachar o palanque de Dilma?
Onde está Vidigal hoje? Se preparando pra ser candidato a senador pelo PSDB. Boa parte dos ex-membros da tal “Frente de Libertação” vieram de debaixo das asas do velho bigodudo. Vide João Castelo, Zé Reinaldo, Edson Vidigal e outros.
"Por trás dessa cortina de fumaça está uma série de interesses e quem mais venceu [no encontro do PT] foram aqueles cujos interesses não têm compromisso com o projeto nacional do PT, prioridade número 1 do partido.”
Candidatos
A candidatura do deputado federal Roberto Rocha (PSDB) a governador, referida no artigo acima, ainda é apenas uma hipótese. Na verdade ela tem sido citada mais pelo desejo de repetir a "cooperativa de candidatos" organizada em 2006 pelo ex-governador José Reinaldo, com o objetivo de levar a eleição para o 2o turno.
Em 2006 o PSDB lançou um candidato laranja, Aderson Lago, que atualmente está concentrado na tentativa de voltar à Assembleia Legislativa. Aderson responde a vários inquéritos policiais por corrupção, num dos quais é acusado de receber R$ 5 milhões como pagamento por sua participação na "cooperativa".
Há provas de que pelo menos parte do dinheiro foi desviado da Saúde Pública do município de Caxias para a conta de um dos filhos dele no Rio (caso Ópera Prima).