Documentos a que o blog teve acesso
com exclusividade mostram que o tipo do arroz, o composto e a cevada que foram
colocadas em pelo menos 6 mil cestas básicas nunca fizeram parte da licitação original
para aquisição de produtos alimentícios.
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Primeira Página da Licitação |
No lugar do arroz de péssima
qualidade que todos viram, a licitação traz um arroz branco polido tipo 1 pelo
valor R$ 7,04. Ao invés de cevada – que é um produto que imita o café e custa a
metade do preço – na licitação tem 250 gramas de café moído, por R$ 9,45. Igualmente,
o composto lácteo que foi distribuído, na licitação tá como leite em pó
integral no valor de R$ 8,91.
Em seu pronunciamento a prefeita
confirma a mudança dos produtos alegando aumento no preço do café e falta de
tempo para substituir o composto pelo leite.
É justamente o valor previsto para
cada cesta que talvez explique a mágica da transformação de café em cevada e
composto em leite... Pela licitação que autorizou a aquisição, cada cesta custaria
R$ 74,17. Veja documento acima.
Como a própria prefeita diz que foram distribuídas 6 mil cestas, que pelo valor da licitação somariam R$ 445.020,00 (quatrocentos e quarenta e cinco mil e vinte reais), mas aí entra o extrato de contrato para as cestas da semana santa, datado de 1º de abril, que vem no valor total de R$ 111.200,00 (Cento e onze mil e duzentos reais). Com os 111 mil só seria possível distribuir 1.500 cestas básicas com os produtos de referência. Documento acima.
Ou seja, quando 6 mil cestas básicas
dignas seriam adquiridas por 445 mil, pagar quatro vezes menos por elas (111
mil), só seria possível trocando produtos por imitações baratas, tipo cevada e
composto; e empurrando itens impróprios ao consumo humano.
A prefeitura adota por prática não
responder aos nossos pedidos de posição.
Do risco à saúde pública na
distribuição de comida estragada à troca de produtos por similares com preços abaixo
dos licitados, eis uma ruma de fatos que mereciam justa apuração do Ministério
Público.
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