Não há
como minimizar os eventos políticos de ontem em favor de Bolsonaro. Em
Chapadinha, São Luís e em outras cidades do Brasil o que se viu foram grandes
manifestações que precisam ser analisadas com os critérios da realidade.
O
primeiro a ser reconhecido é que nas manifestações não haviam só saudosistas da
ditadura militar, novos fascistas, empresários com expectativa de futuro sem
CLT, herdeiros de latifundiários com esperanças de devolução de terras já
entregues à reforma agrária, médicos contrários aos cubanos que topam ir aos
postos de saúde, conservadores com pretensão de um estado forte e capaz de
impor comportamentos, ricos que chamam Bolsa Família de “Bolsa Esmola”, viúvas
do Aécio e outros grupos de interesses que até tinham presença, mas felizmente não
eram maioria em meio a um público que quer mudança sem saber direito que tipo de
mudança o candidato representa.
Gente
honesta, jovem e atingida por vários problemas brasileiros que até hoje
perduram era o que mais que tinha. Essas pessoas em maioria viveram o pior período
dos governos petistas e não sabem o que de bom foi feito antes que tanto
melhorou vida do povo mais pobre e não lhes contaram como tudo era muito pior, antes
de Lula, especialmente aqui na parte nordeste do Brasil.
Mas se
os erros do PT e os riscos de mergulharmos em um novo período autoritário com
capitão presidente e seu general vice falando abertamente em mudar a
constituição sem a participação do povo, são temas desta eleição que
retomaremos em outras postagens, o fenômeno de ontem precisa ter a
dimensão exata até para que depois do resultado das urnas algumas pessoas não
saiam correndo doidas por aí...
A
carreata de ontem é compatível com quem marca entre 20 e 25% de intensão de
votos e tem enorme engajamento. Grifando aqui a diferença entre engajamento e
intensão de votos: os eleitores de Bolsonaro são barulhentos e fiéis nas redes
sociais e eventos de campanha, enquanto o eleitorado contra ele é mais disperso
e silencioso embora seja maioria, segundo todas as sondagens de opinião.
Quando
eu falo em neguinho correndo maluco por aí é porque eu mesmo já quebrei a cara
botando fé em tamanho de carreata e teimando com números de pesquisa. Depois
não digam que não avisei.
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