terça-feira, 6 de maio de 2025

4,5 Milhões: Imprensa Estadual Destaca Novo Escândalo de Belezinha


A gestão de Belezinha, prefeita de Chapadinha, no Maranhão, tornou-se alvo de uma denúncia apresentada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA), que aponta irregularidades em um contrato de R$ 4,5 milhões firmado para a compra de livros didáticos destinados às escolas da rede municipal. A aquisição foi realizada com dispensa de licitação, fundamentada na alegação de exclusividade da empresa São Luís Distribuidora de Livros. No entanto, documentos apresentados por uma das empresas que participou do processo sugerem diversas irregularidades e possível fraude.

Segundo a denúncia, à qual o site Folha do Maranhão teve acesso, a inexigibilidade de licitação foi justificada por uma carta de exclusividade emitida pela distribuidora. Contudo, um fato chamou a atenção: outra empresa, a MF Distribuidora, também firmou contrato semelhante com o município de Timon, igualmente no Maranhão, alegando ser representante exclusiva da mesma editora, a FTD. A existência de duas empresas distintas afirmando ter exclusividade sobre o mesmo território e produto foi apontada como uma grave contradição, que enfraquece a justificativa para a inexigibilidade e sugere montagem documental.

Além da inconsistência na exclusividade, a denúncia aponta sobrepreço na aquisição dos livros. A Prefeitura de Chapadinha pagou R$ 352,00 pelo livro “SAEB em Foco”, enquanto o mesmo material foi adquirido pela Prefeitura de Timon, no mesmo ano, por R$ 185,00. No varejo, o valor é ainda mais baixo, girando em torno de R$ 60,00. Para o denunciante, a diferença de até 90% é injustificável e indica superfaturamento.

Outro ponto levantado é que a Editora FTD possui filial em São Luís e realiza vendas diretas para municípios de outros estados, o que demonstra que não haveria necessidade de intermediação. Municípios como Bom Despacho (MG), Ibiaçá (RS) e Itanhangá (MT) compraram diretamente da editora, pagando valores significativamente inferiores aos praticados em Chapadinha. Essa informação reforça a tese de que a prefeitura poderia ter economizado recursos públicos com a compra direta.

A representação também destaca que o mercado editorial oferece ampla concorrência e variedade de materiais didáticos compatíveis com a proposta pedagógica, o que afastaria qualquer justificativa para a contratação direta. Obras similares, como as da Editora do Brasil e da Editora Dinâmica, estão disponíveis por preços unitários mais acessíveis, evidenciando a viabilidade de competição e a necessidade de licitação.

Outro agravante é que a gestão de Belezinha não realizou nenhum estudo técnico preliminar ou parecer pedagógico que justificasse a escolha dos materiais adquiridos. A denúncia menciona que o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) já fornece parte do material didático gratuitamente às escolas públicas, o que exigiria da prefeitura um estudo detalhado para comprovar a necessidade da compra de livros adicionais — o que não foi feito.

Recentemente, a Polícia Federal realizou uma operação em municípios maranhenses para investigar desvios em contratos de aquisição de livros escolares. Embora Chapadinha não tenha sido alvo direto da operação, a denúncia cita o caso como mais uma evidência da necessidade de rigor no controle desses contratos.

Diante dos fatos, a representante pede que o TCE suspenda imediatamente o contrato e qualquer pagamento à São Luís Distribuidora de Livros. Também solicita a abertura de uma tomada de contas especial para apurar o dano ao erário, responsabilizar os envolvidos e aplicar multas aos gestores.

O caso agora está sob análise do Tribunal de Contas, que poderá confirmar as irregularidades e determinar a suspensão do contrato, obrigando a gestão de Belezinha a realizar uma nova licitação.

O site Folha do Maranhão procurou a Prefeitura de Chapadinha para esclarecimentos do fatos, mas não obtivemos repostas.

 

 

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