segunda-feira, 16 de junho de 2025

Como Advogado, Promotor e Juiz Impediram Ação Eleitoreira de Aluízio e Belezinha


 

Um programa de uma prefeitura vem com exigência de que os candidatos se inscrevam no escritório político de um deputado que por acaso vem ser esposo da prefeita da cidade. Esse é o contexto de um contrato que chamou atenção de um advogado que entrou com uma Ação Popular, que provocou um incisivo parecer da Promotoria contra o desmando e uma sentença contundente e cujos detalhes serão expostos nesta matéria.

O Advogado

O Advogado é ex-vereador Aldy Júnior que não só entrou com a Ação Popular como questionou o abuso por meio de vídeo. “A no vídeo eu falei que a situação que era inadmissível e que nós já teríamos tomado uma providência, assim como tomamos, na mesma tarde de ontem, o juiz da primeira vara de Chapadinha concedeu uma liminar determinando à Prefeita Belezinha e ao deputado Aluísio Santos a suspensão das inscrições realizadas em seu escritório”, declarou Aldy.



O Ministério Público

Após envio da Ação Popular pelo Juiz, o promotor público Rodrigo Alves Cantanhede deixou bem claro a ilegalidade da utilização do escritório de Aluízio como local de inscrição de programa da prefeitura. “Nesse contexto, é possível identificar que o Sr. Aluísio Souza Santos como beneficiário direto do ato lesivo. Ademais, do atual estágio processual, vislumbra-se a possibilidade de a própria Faculdade do Baixo Parnaíba seja beneficiária do ato, uma vez que se beneficia da isenção fiscal concedida pelo Município”, pontuou o promotor.



A promotoria pediu pra atuar ao lado do advogado Aldy Júnior e defendeu o imediato cancelamento das inscrições. “Manifesta-se, desde logo, o Ministério Público Estadual pelo deferimento do pedido de tutela de urgência para que: a) seja determinado aos requeridos que suspendam a inscrição do programa “PROFAP Chapadinha” no escritório político Deputado Aluízio Santos; b) seja determinado a invalidação das inscrições já realizadas com publicação de novo edital com novo prazo para inscrições que deverão ser realizadas exclusivamente na sede da Faculdade do Baixo Parnaíba”, defendeu o promotor Rodrigo Cantanhede.



O Juiz de Direito

Em sua decisão, o juiz concluiu que a ilegalidade das inscrições no escritório do deputado. “No caso em exame, por meio de documentos e da manifestação do Ministério Público, que as inscrições para o Programa PROFAP Chapadinha estão sendo realizadas no Escritório Político do Deputado Estadual Aluízio Santos. O local, identificado como sede de atividades políticas vinculadas a figura com mandato parlamentar e relação com a chefe do Executivo municipal, apresenta conotação partidária, o que não se coaduna com o caráter impessoal que deve revestir os atos da Administração Pública” destacou o juiz Bruno Arthur de Mattos, que determinou as medidas abaixo sob pena de multa de até 50 mil reais:

“a) Determinar ao MUNICÍPIO DE CHAPADINHA, MARIA DUCILENE PONTES CORDEIRO, ALUÍZIO SOUZA SANTOS e à FACULDADE DO BAIXO PARNAÍBA (FAP) que suspendam imediatamente as inscrições do Programa PROFAP Chapadinha 2025.2 realizadas no Escritório Político supracitado; b) Determinar a reabertura do prazo de inscrições, com realização exclusiva na sede da FAP ou outro local institucionalmente neutro; c) Determinar a ampla divulgação da decisão nos canais institucionais dos requeridos. Fixo multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), até o limite de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), em caso de descumprimento.” Determinou o magistrado.

A Faculdade do Baixo Parnaíba divulgou nota que publicaremos na íntegra com comentários logo em seguida. A prefeitura de Chapadinha nada falou sobre o fato e, igualmente, o deputado Aluízio Santo não se pronunciou sobre o ocorrido.  

 

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