sábado, 4 de outubro de 2014

No Maranhão Não Se Vota, Diz-se Não à Oligarquia!


Em 2010 o jornalista Roberto Kenard escreveu um texto com o título acima. Republiquei na época em que a oligarquia completaria 45 anos, agora já são 50 e a necessidade de virar essa página é hoje ainda mais urgente e vital, por isso volto a dividir este texto com meus caríssimos leitores.

Por: Roberto Kenard

Marx escreveu que a história só se repete na forma de farsa. As oligarquias se movem nesse tempo circular, é a farsa histórica por excelência.

Em entrevista antes da campanha eleitoral, Flávio Dino disse que havia a necessidade de republicanizar o Maranhão. Ou seja: proclamar a República no Maranhão. Não se trata de mera frase de efeito. Ela carrega implicações históricas e políticas da maior importância. Sua urgência extrapola o calendário eleitoral, muito embora só no calendário eleitoral ela ganhe força para se materializar.

As oligarquias tratam o Estado como propriedade particular, quem está fora do círculo familiar dominante não passa de agregado. Não é à toa que sua visão é patrimonialista.

Nos Estados oligárquicos o voto assume características dramáticas: não se trata do exercício da cidadania pura e simplesmente, mas quase uma decisão de vida ou morte.

O Maranhão é o último Estado oligárquico do Brasil. Há 45 anos a mesma família mantém o Estado sob suas rédeas, o que gerou uma cultura particular: clientelismo, domínio sobre a Justiça em todos os âmbitos, visão de desenvolvimento apartada da realidade, relações públicas pautadas pelo parentesco e pelo grau de amizade. O Estado é uma Casa Grande.

Domingo o maranhense dirá nas urnas se quer permanecer preso no tempo circular ou se deseja caminhar livre no tempo histórico. Se deseja derrubar a Casa Grande ou se prefere ficar preso no quartinho dos fundos. Se quer continuar a ser tratado como agregado ou se prefere ficar ereto e caminhar como cidadão.

No Maranhão, por conta da oligarquia Sarney, infelizmente, as nuances foram apagadas da história. Ou você é contra ou você é conivente.

Ao votar no domingo, portanto, o maranhense estará dizendo sim ou não ao domínio de uma única família. Nos Estados oligárquicos, as eleições são sempre plebiscitárias.


O bom senso, os homens de bem esperam, prevalecerá.

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