Diferente
do que muita gente pensa, tem mais coisa em jogo no processo que pede a
cassação de Belezinha que sua retirada do cargo, sua inelegibilidade por 8 anos
e a consequente marcação de novas eleições, em caso de condenação. No debate do tema, um
leitor do blog – notadamente com ímpeto oposicionista – indaga se politicamente
não seria melhor (para os adversários da prefeita) que o atual governo prossiga
em seu desgaste gradual e crescente até 2014.
Visto
unicamente pelo prisma partidário, o caríssimo leitor pode ter razão, contudo o
processo não se restringe apenas a seus efeitos imediatos. A gravidade dos fatos
levantados contra a prefeita insistiriam no cometimento de crime, de ardil e
burla da vontade popular.
A
essência da democracia e da liberdade de escolha se amarra no voto independente
que pode ter sido trocado por estradas, cimento e tudo mais que consta da
acusação. Sem pintar o caso com as cores suaves de sonho para alguns e os tons
carregados de pesadelos para outros, está em jogo o crime, a impunidade e o
castigo.
É
exigência da vida em sociedade que todo crime tenha como resposta a devida
punição, ou ao menos, a demonstração de que as condutas ilegais não serão
toleradas pelas autoridades devidas.
Independente
do veredito de inocente ou culpado, deixar de confrontar tais denúncias com o devido
processo seria favorecer a impunidade e autorizar práticas suspeitas de futuros
candidatos.
Apear
do poder e suspender temporariamente a possibilidade de participações em novas
disputas é um castigo que açoita o malfeitor e, mais importante, reprime – pelo
exemplo – a perpetuação da mentira e dos comércios impróprios como táticas
eleitorais.
A rigidez
na busca de eleições limpas tem sido sistematicamente reiterada no dia a dia da
esfera judicial. O distanciamento dos apelos partidários e a estreita cercania da
lei, por parte dos julgadores compõem o cenário propício para a verdade dos
fatos e para a consagração da justiça no sentido mais natural da palavra. Quem
viver verá!