O blog do Jonnay Alves publicou um texto
de Ednewton Viana endereçado a mim, que recebi dias atrás e não havia
respondido para não confrontar desnecessariamente argumentos de alguém como o
Ednewton: tão querido e afável quanto ausente e desconhecedor da história de
Chapadinha. Como seus companheiros resolveram publicar o e-mail, me proponho a
debater os termos com os negritos após cada trecho.
"Saiba
que o que eu mais queria era ter você ao lado de Belezinha 10, a nossa futura
prefeita. És um profissional competente, é de família notória e de tradição na
cidade, fato que me honra muito, é de conduta ilibada, tem princípios, veste a
camisa do time pelo qual joga, faz belíssimos gols e é de uma fidelidade
inconteste. São predicados que o credenciam para jogar em qualquer time. Espero
um dia, quem sabe, lhe contratar para jogar no meu time. Repito: São excelentes
predicados, e todos nós lhe respeitamos muito por isso."
Não sei se faço jus a tais elogios. Vejo
as palavras do Ednewton, em contraponto aos termos usualmente utilizados contra
mim pelo dono do blog (Jonnay Alves), como sinal da força dos meus argumentos e
a necessidade de atenuar o fardo das desastrosas administrações de Isaías com
relação ao projeto eleitoral do grupo deles.
"Sei
as razões que o impedem, mas em política, meu caro, tudo muda, tudo passa e
tudo se transforma em busca de uma aliança com quem tem votos. E o Sr. ISAÍAS
FORTES, indiscutivelmente, tem esse predicado: é campeão de votos, tem carisma,
é reverenciado e respeitado pelo povo. Não é desprezível o seu apoio e qualquer
candidato gostaria de tê-lo."
Quem garante saber das razões das causas
alheias geralmente ignora as próprias. Reiterando que jamais neguei ou
menosprezei a força eleitoral e liderança de Isaías e – sem forçar comparação
exata – vejo os mesmos predicados elencados acima cair como luva para grandes
facínoras da história como Hitler, por exemplo.
"Veja o exemplo mais recente: o meu presidente LULA e o PT, Partido dos
Trabalhadores, o seu partido, procuraram o deputado Paulo Maluf em busca de
apoio ao FERNANDO HADDAD, candidato a prefeito de São Paulo. Foi duramente
criticado por seus opositores, mas o MALUF é campeão de votos na cidade de São
Paulo, volto a repetir, é campeão de votos! É imbatível! Se vai transferir os
seus votos, não sei. Mas tem voto!"
Embora tenha divergido do apoio, achando
similares as biografias do paulista com o chapadinhense, lembro, contudo, que Maluf
não indicou a vice, não é sobrinho do candidato e não encostou a mão no ombro
de Haddad prometendo abolir multas de trânsito. Eis algumas diferenças!
"É utopia imaginar que o ex-prefeito ISAÍAS FORTES não terá a sua participação
na nova administração de Chapadinha, digo, terá sim e será muito bem aceito
pelo povo que o apoia e elegerá BELEZINHA 10."
O problema aqui é o grau de participação.
Se for igual ao da campanha, Chapadinha que se prepare pra ter salários em atraso e a volta da violência física contra opositores, entre outras coisas.
"Não é difícil governar, é só definir as prioridades ouvindo primeiramente o
povo! Acredito que a candidata BELEZINHA 10 TEM TUDO PARA FAZER UMA BOA
ADMINISTRAÇÃO. Vem de uma infância muito humilde, não foi fácil a sua luta, o
que não é diferente daquelas pessoas simples, honradas, que esperam por
oportunidades e dias melhores para as suas vidas e para a nossa cidade. O
destino, através do seu trabalho com respeito ao próximo, com seriedade naquilo
que faz com determinação, lhe conduziu para a iniciativa privada. É vencedora
nos seus empreendimentos, tem honradez, é batalhadora incansável, próspera e,
para a política de hoje, tem inegavelmente a FICHA LIMPA, o que lhe credencia
junto ao nosso povo. Temos sim que ajudá-la a fazer um governo participativo e
progressista."
Francamente, não considero governar tão fácil assim.
E não acho que Belezinha seja um demônio em pessoa (nem Isaías o é). Mas tá
longe dessa santidade. Há questionamentos contra sua conduta nunca enfrentados
por ela: uso de laranjas em suas firmas e ter sido beneficiária
de esquema de aforamento ilegal de terrenos na época do ex-prefeito Isaías, conforme denúncia da promotoria; só
pra citar dois exemplos.
"É claro que ela não tem experiência política, e precisa? É só se cercar de
pessoas capacitadas, inteligentes e competentes, assim como você. A nossa
cidade e o seu grupo tem pessoas preparadas. Vou exemplificar: o ex-jogador de
futebol Romário, qual a experiência política que ele tinha? Porém, vem dando
show no exercício do seu mandato, é um dos 513 deputados mais atuantes dessa Legislatura
aqui no Congresso, somos testemunhas."
Não considero a falta de experiência prenúncio de fiasco administrativo. O defeito de Belezinha não é
desconhecer a diferença entre empenho e nota promissória, é ter aprendido
rápido demais a fazer negócios políticos a imagem e semelhança de seu criador.
"Quando estive aí em Chapadinha, indicado pelo Deputado Waldir Maranhão para
exercer a presidência do Partido Progressista (PP) na cidade, e participando do
"CHAPADINHAMENTE NÓS" em julho do ano passado, fato que você
documentou, a primeira coisa que fiz foi procurar a Sra. DUCILENE BELEZINHA,
uma próspera empresária local querida por todos e virtualmente candidata à
prefeitura da cidade. Coloquei o meu Partido, o PP, à sua disposição e, com a
autorização da Presidência Regional, tentei negociar a sua filiação e lançá-la
candidata à Prefeitura de Chapadinha. Mas, por sua fidelidade ao PRB e ao meu
amigo Deputado Cleber Verde, que já vinha fazendo negociações com ela, esta
declinou do convite. Me agradeceu e nos tornamos amigos, e a partir desse
momento passei a admirá-la e tornar-me seu seguidor."
Nada a declarar. Seguidor é a palavra
exata pra quem é partidário do grupo de Isaías.
"Agora, pasme! Nos contatos e conversas que tive com populares na cidade,
procurando saber do potencial político de cada um, a resposta era sempre a
mesma: "Se Belezinha vier com apoio de Isaías Fortes, ela ganha as
eleições, sozinha não! Isaías tem 50% dos votos que ela precisa para
ganhar"."
É de pasmar mesmo! Belezinha não tem
potencial diferente do tio Isaías, que eleitoralmente tem uma coisa mais forte
que ele: sua rejeição!