O
drama vivido pelo apresentador Faustão até à cirurgia do coração gerou uma
série de especulações e muitos comentários. Inconformado, um médico foi às
redes sociais para esclarecer sobre as fofocas, o funcionamento na espera na
fila de transplante e a seriedade com que o SUS (Sistema Único de Saúde) trata
a doação de órgãos no país.
O
médico pediatra e sanitarista Daniel Becker, do Rio de Janeiro, compartilhou um
vídeo em que didaticamente explica como funciona o processo de doação de órgão
no Brasil, os critérios, a impossibilidade de furar fila e, sobretudo, pediu:
não espalhem informações falsas.
“O
sistema é justo e funciona bem”, alertou o médico, afastando as fofocas. “A
inclusão do Faustão na lista do SUS está gerando muitas dúvidas e especialmente
comentários equivocados que faz mal faz com que o sistema perca a
credibilidade.”
Segurança no
sistema
O vídeo do
médico Daniel Becker é extremamente pontual e firme ao detalhar sobre a fila de
transplante e o sistema de doação de órgãos conduzido pelo SUS.
No vídeo, o
médico explica, por exemplo, como funciona a espera para uma doação de órgãos e
o porquê de muitos aguardarem anos.
Os
critérios, conforme o próprio médico, independem do desejo de um ou de outro,
mas, por exemplo da compatibilidade entre quem vai doar e receber o órgão.
Também é
preciso avaliar as condições clínicas dos pacientes, se estão aptos para uma
cirurgia naquele momento.
“Tudo é
feito em ambiente hospitalar”, ressaltou o médico, destacando os cuidados
técnicos e de atenção dos profissionais.
O médico
reiterou que o sistema de transplantes do SUS é totalmente seguro por causa do
rigor dos critérios que tem de obrigatoriamente ser obedecidos, documentados e
formalizados.
São
detalhes que impedem, de acordo com o especialista, qualquer possibilidade de
“fura-fila” e desvios.
De acordo
com o médico, há “lendas urbanas” de péssimo gosto que espalham notícias falsas
e desestimulam doadores e a confiança no sistema.
Rigor nos critérios
do SUS
O médico
Daniel Becker destacou, no vídeo, quatro critérios e exigências expressamente
seguidos pelo SUS no que se refere à doação de órgãos e lista de transplantes.
- Compatibilidade:
é preciso que haja, com comprovação de exames, a compatibilidade entre
doador e receptador;
- Documentação:
todo o processo é devidamente documentado, registrado e testemunhado;
- Anonimato:
para segurança, o doador é anônimo, o que não afasta a possibilidade de
revelação, porém, o SUS garante o sigilo;
- Condições
clínicas: para a cirurgia, tanto doador como receptador precisam estar em
condições clínicas consideradas adequadas pela equipe médica, do
contrário, o processo fica no aguardo.
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Campanha
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Para o médico, é
fundamental desfazer quaisquer tipos de informações improcedentes, falsas e
fofocas que circulem e atrapalhem a campanha de doação de órgãos.
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“O sistema de
doação de órgãos no Brasil é um dos mais justos e igualitários do mundo. 100%
público, bem documentado e organizado”, disse Daniel Becker.
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O médico apelou
para o bom senso das pessoas;
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“Disseminar essas
informações, e não o contrário, é importante para que o sistema siga
funcionando bem e para incentivar as pessoas a doarem seus órgãos.”
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Em favor dos
transplantes e da doação de órgãos, o médico pediu: “Seja doador. Basta falar
com sua família, converse com seus amigos. É um gesto que pode ajudar tanta
gente! Que legado pode ser melhor?”.
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Doação de órgãos no Brasil
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Para ser um doador,
é preciso que expressar em vida o desejo. Mas é exigida também que a
doação de órgãos seja autorizada após a autorização familiar.
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Há dois tipos de
doador: o primeiro é o doador vivo.
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Pode ser qualquer
pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde.
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O doador vivo pode
doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão.
Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores.
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Doadores não
parentes, só poderão fazê-lo com autorização judicial. Não é permitida a venda
de órgãos. A Constituição Federal proíbe.
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O segundo tipo é o
doador falecido. São pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente
vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (acidente
vascular cerebral).
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Os órgãos doados
vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista
única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada
estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
Do Site: Só Boas Notícias