Antes fraternais, as relações entre o Sistema Mirante de Chapadinha e os padres começaram a azedar em setembro de 2008, quando um desacordo relativo à coleta de taxas das barracas do festejo e o repasse destas à Paróquia (ao encargo do Secretário do Governo Municipal e repórter da Mirante, Willian Fernandes) acentuaram as divergências doutrinário-teológicas entre emissora e padres, tendo a concepção acerca dos festejos de Nossa Senhora das Dores como pano de fundo.
Tal cizânia alcançou o clímax nos festejos de 2009, quando a equipe do programa Direto ao Assunto criticou o que considerou excesso de rigor do padre na imposição de regras durante o período. A resposta não tardou chegando-se a adjetivar os mirantianos de canalhas.
O Apagão Televisivo
Os ressentimentos e rancores colocados deste então no freezer, começaram a degelar quando a Anatel retirou a TV Mirante do Canal 3 por falta de outorga. Depois de tentativas vãs de recolocar a Mirante nas condições anteriores, finalmente, a Prefeitura, detentora de dois canais homologados, prometeu o canal 7 para a emissora desabrigada, cedendo o canal 9 à Canção Nova.
Esta seria a saída harmoniosa se o canal 9 já não estivesse ocupado pela Band, do empresário Leal Júnior. Diante do impasse, no início do mês, sem avisar a outra parte, a Mirante resolveu colocar o seu sinal no ar no canal 7 - sobrepondo a emissão da Canção Nova e inviabilizando a qualidade de ambas. Percebendo a ação indevida e eivada de arrogância, a Mirante recuou e suspendeu o sinal.
MST: Movimento dos Sem Televisão
Sem desembaraçar o canal 9, a Canção Nova foi desligada e a Mirante passou a retransmitir o sinal da Globo desde ontem, 15 de dezembro. Ontem mesmo, inconformado com desfecho, o Padre Neves protagonizou um movimento político impensável: ocupou os microfones da Rádio Cultura, do ex-deputado Vagner Pessoa que é cunhado de Isaías, para atacar a prefeita Danúbia e o Sistema Mirante.
A história de antipatia recíproca entre Neves e a Família Isaías é notória. Lances de agressões físicas, ameaça de invasão da matriz em dia de missa, processo movido por Neves contra Vagner por crime de preconceito de origem perpetrado na mesma emissora, entres outros, compuseram um afastamento que a comunidade católica considerava intransponível.
Cutucando a História
Como ser político que é, Neves tem suas razões e reagiu como manda a cartilha dos melhores profissionais do ramo. Abafado por um lado procurou se manifestar onde teve brecha e sinalizou que nesse meio nenhuma desavença é pra sempre. O desafio pela frente é crer na conversão democrática dos donos da Rádio e contornar os obstáculos para tratar naqueles microfones da época em que foi vítima do mando mais sombrio que Chapadinha viveu.
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