Embalados por inesperada decisão judicial
favorável, seguidores da ex-prefeita Belezinha entram em clima de já ganhou. Até
há motivos para comemorar, mas daí a entender o fato como vitória eleitoral
antecipada é andar longe da realidade.
Se lembrarmos que Aluísio Santos –
então supersecretário e sumo comandante político do grupo – foi flagrado em
áudio comprando votos com cimento e outros materiais, saídos da loja de
Belezinha e apreendidos com nota de entrega e todo conteúdo de provas do
processo, a liberação de Belezinha para disputar eleição pode ser comemorada igual
decisão de juiz que contra imagens claras que ele mesmo viu e reviu no VAR,
deixa de marcar um pênalti.
Sobre o teor da sentença proferida
por um ministro que costuma rasgar a constituição para moralizar a nação, ainda
cabe reflexão mais adiante.
Agora, contudo, o momento é de medir
o impacto político da decisão e observar as movimentações desencadeadas a
partir dela. Belezinha vai conseguir usar a vitória de momento para conter a
perda de aliados importantes que eram quase diárias? Para além da inegável
agenda administrativa positiva, o governo vai responder começando a (também) fazer
política?
Superada a fase da dúvida quanto à possibilidade
de a própria disputar a eleição, depois de baixar a poeira dos festejos de ocasião,
a turma da Belezinha vai cair na real. Vai perceber, por exemplo que seus
problemas em outros processos, que já levaram a busca e apreensão com a polícia
batendo em suas portas, continuam. Vai perceber que não existe no povo esse
desejo geral de recoloca-la no cargo, ao contrário essa postura de já ganhou tende
a ser mortal para a Turma da Funil.
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