A rota de colisão entre o influencer
Júlio Foguinho e o grupo político que comanda a prefeitura de Chapadinha, tem –
por certo – em sua paisagem de percurso as críticas dele à base aliada na
câmara e as tentativas de interferência na montagem da chapa do MDB, mas o
ponto de partida tem endereço no poder e na essência da atividade jornalística.
Por trás de tudo o que veio a público
até agora tem uma matéria corriqueira e sobre tema tão comum que sequer repercutiu
originalmente, mas incomodou ao extremo a prefeita Belezinha.
A Matéria
A matéria foi produzida e publicada pela
TV Aldeia, tratava de casas abandonadas nos Residenciais José de Souza Almeida 1
e 2 e não teve impacto nenhum até ser republicada pelo Foguinho em sua página
do Instragram, chegando a ter mais de 50 mil acessos. E teria sido justamente
esse volume de acessos que faz a matéria acender o sinal de preocupação do
governo, depois de um alerta que teria sido dado pelo ex-deputado federal Hildo
Rocha, hoje assessor do ministério das cidades.
Segundo apuração deste blog, Hildo
teria visto a publicação e teria alertado para o fato do grande número de casas
abandonadas, somada a não entrega – por anos a fio – de outras 900 casas,
poderia criar dificuldades para um projeto de construção de mais uma etapa do Minha
Casa Minha Vida em Chapadinha.
Tentativas de Retirar Vídeos do Ar
Após a intervenção de Hildo,
Belezinha teria acionado o vice-prefeito Levi Pontes para retirar a matéria
junto a TV Aldeia e o ex-deputado Paulo Neto para deletar o react do Foguinho. TVA
e Foguinho não retiraram os vídeos e a zanga de Belezinha aumentou. Veja o
vídeo/react do Foguinho no final da matéria.
A TVA não sofreu represália porque
não possui contrato e nenhum de seus profissionais têm cargos na prefeitura, já
o comunicador Foguinho, como já veio a público, terminou demitido.
Comunicação Perigosa
A reação do grupo que manda na
prefeitura com uma matéria do dia-a-dia e sem a intenção expressa de atingir ou
gerar desgaste, é um exemplo da importância da mídia que mesmo não sendo tão
livre como deveria ser, acaba trazendo luz a assuntos importantes e incomodando
poderosos.
Os fatos narrados aqui foram checados
e confirmados por vários dos envolvidos que não citaremos os nomes por razões
obvias.
Se o Foguinho perdeu o cargo e se a
TV Aldeia não mais terá contratos com o poder público, isso entra na história como
retaliação que não se tem como saber no momento. Agora o que temos são dezenas
de unidades abandonadas por décadas nas Mil 1 a 2, 900 habitações nunca
entregues e a promessas de mais 400 casas com terrenos valiosos, obras e
dinheiro público que parecem sempre mais importante que entregar moradia a quem
precisa.
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