Em um encontro considerado histórico, oito
governadores e um vice-governador assinaram nesta quinta-feira (14), em São
Luís, o protocolo para criar o Consórcio Nordeste. A medida foi formalizada
durante o Fórum de Governadores do Nordeste, no Palácio dos Leões. Todos os
Estados nordestinos aderiram ao consórcio.
O Fórum é a esfera
onde os governadores tomam decisões políticas e estratégicas, de modo a
levá-las para o debate nacional. Ele vai continuar existindo normalmente, com
reuniões periódicas.
Já o Consórcio
Nordeste será um instrumento de administração, para melhorar os gastos públicos
e a gestão. “O Fórum do Nordeste vai continuar a existir, com a função de
articular as posições políticas. E o Consórcio tem a finalidade administrativa,
de prestação de serviços conjuntos”, explicou o governador Flávio Dino.
Com o consórcio, os
Estados nordestinos terão, por exemplo, mais poder de negociar preços, já que
serão feitas compras conjuntas, com um volume muito maior. Também poderão ser
feitas cooperações policiais muito mais intensas que as de hoje. A ideia é
combater organizações criminosas interestaduais.
Agora, cada
Assembleia Legislativa estadual terá de aprovar a criação do Fórum. A partir
daí, ele passa a funcionar.
Economia e
eficiência
O governador da Bahia, Rui Costa, foi escolhido por unanimidade
o primeiro presidente do Consórcio Nordeste. A cada ano, o comando vai mudar, a
fim de possibilitar um rodízio entre os Estados.
“O consórcio será uma grande ferramenta de
gestão, de compartilhamento de projetos, de ideias, de apoios mútuos, de
redução de custos para cada Estado”, afirmou Rui Costa.
“Com o consórcio formalizado, poderemos
fazer licitação para a saúde, por exemplo, naqueles itens que forem comuns, e
assim mudamos o patamar de escala da licitação. Se for licitar um item, é um
preço; se forem milhões desse item, é outro preço. Estamos multiplicando por
nove Estados a escala de eventuais licitações, o que vai reduzir em muito o
custo em várias áreas”, acrescentou.
Para Flávio Dino, “damos um salto adiante
na cooperação federativa entre os Estados do Nordeste. O consórcio vai permitir
que, juridicamente, os nove Estados atuem em torno de determinados itens como
se fosse um só”.
Outras vantagens
Com o Consórcio Nordeste, também poderão
ser feitas parcerias na infraestrutura, em obras, na formação de parques
tecnológicos e nas vendas de produtos para o exterior.
Também haverá estratégias conjuntas para
atrair mais investidores. Intercâmbios estudantil e profissional também estão
entre as possibilidades, bem como operações conjuntas contra o crime
organizado.
“Momento histórico”
Todos os presentes no encontro definiram o
Consórcio Nordeste como um momento histórico não só para a região, mas para o
Brasil.
“É um momento histórico para a região Nordeste e o Brasil. Temos a oportunidade de inovar, colocando uma alternativa especial com a criação do consórcio. Vai permitir a integração em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura”, afirmou Wellington Dias, governador do Piauí.
“É um momento histórico para a região Nordeste e o Brasil. Temos a oportunidade de inovar, colocando uma alternativa especial com a criação do consórcio. Vai permitir a integração em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura”, afirmou Wellington Dias, governador do Piauí.
“Vai ser uma ferramenta extremamente
importante para facilitar a vida de todos os governos. Por exemplo, uma
licitação de medicamentos vai diminuir os preços dos produtos”, comenta
Belivaldo Chagas, governador de Sergipe.
Defesa do Nordeste
Os governadores também destacaram o papel
do Fórum para defender pontos importantes para a sociedade brasileira e o povo nordestino.
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Para Camilo Santana, governador do Ceará, o Fórum
vem “fortalecer as ações apara o nordeste e unificar a região. Ele tem um papel
fundamental de consolidar políticas para o Nordeste”.
“Aqui são tomadas as
decisões daquilo que é importante para a região. Podemos definir o
posicionamento que levaremos, na maioria das vezes, ao governo federal, nos
posicionando em relação aos projetos do governo e aos interesses da região”,
disse João Azevedo, governador da Paraíba.
Segundo a
governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, “o Fórum se constitui num
espaço muito importante de articulação política com vistas a definir aquilo que
é comum ao Nordeste. São políticas voltadas principalmente para o
desenvolvimento, para a Justiça, a inclusão social”.
De acordo com o
vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa, “nunca houve uma afinidade tão
grande e um trabalho conjunto como tem sido feito hoje com os Estados do
Nordeste”.
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