Pense o que é ser mandada do hospital de sua cidade para uma localidade
vizinha para realizar um parto, ter o atendimento negado, voltar a seu
município, ser rasgada por um parto forçado e mal sucedido, ver o seu primeiro
filho com o rosto arranhado por manobras grosseiras, ser enviada às pressas
para um hospital de referência numa ambulância caindo os pedaços, que terminou
ficando no prego e agora estar em estado grave e lutando pela vida.
Esse é o resumo cruel do que aconteceu com uma jovem de 22
anos, moradora de Anapurus chamada Ana. O relato detalhado é feito pela sogra
de Ana, a senhora Maria dos Milagres que divulgou áudio expondo sua revolta nas
redes sociais e foi ouvida por nós.
“O estado dela ainda é grave, ainda. Ela tá na UTI em
Coroatá”, disse Dona Milagres em contato com o canal.
Maria dos Milagres conta que primeiro mandaram sua nora para
Chapadinha. “Mandaram pra Chapadinha, anteontem. A gente foi pra Chapadinha. Lá
não atenderam ela, porque disse que não quer atender mais gente de Anapurus
lá”, relatou.
Rasgaram Ela Toda
Depois da negativa de atendimento, a paciente retorna para
Anapurus onde se inicia o procedimento dramático. “Aí ela veio pra Anapurus, a
partir de uma hora da manhã ela começou a sentir dores. Foi aí que fizeram a
mulher ter o neném à força. Quando o médico estuda, ele sabe o tamanho de
centímetro. Mas aí rasgou a mulher todinha, toda, toda, toda”, relatou.
Depois do parto, ainda de acordo com a avó do bebê, Ana teve hemorragia.
“O útero dela ficou sangrando direto” disse.
Transporte em Ambulância Precária
“Ambulância sem freio, ia pra cá, faltou gasolina. Na
volta “eles ficaram no meio da estrada, pra lá de Chapadinha. Ambulância velha,
não tem mais aquele vidro, tem um papelão”, descreveu Milagres.
Paciente Ainda Estado Grave, Bebê com Marcas no Rosto
“Foi tirado o útero dela, pra salvar a vida dela. Mas
ela ainda tá na UTI. O estado dela ainda tá sendo grave,
porque tá na UTI e tomou três bolsas de sangue”. "O nenenzinho tá com o rosto
todo mariscado, todo cortado de unha”, lamentou a avó, acrescentando que o bebê
nasceu com quase quatro quilos e aparentemente passa bem.
Ao ressaltar que pretende tomar providências jurídicas, a avó
Maria dos Milagres responsabilizou um médico, um enfermeiro e o prefeito em tom
de revolta e usando termos que não podemos publicar.
Dona Milagres encerrou nossa conversa emocionada pelas
palavras do médico que atendeu sua nora em Coroatá: “O médico falou que foi um
milagre de Deus ela ter sobrevivido”, finalizou.
Outros Lados:
Equipe de Anapurus
Apesar de citados, o canal não vai divulgar o nome dos
profissionais, por não ter conseguido contato com eles.
Prefeituras Não Falam
As prefeituras de Chapadinha e Anapurus adotam por prática
não responder nossos pedidos de posição.
Hospital e Saúde de Anapurus
No início da manhã, entramos em contato com o diretor do
Hospital de Anapurus e com a secretária de saúde do município, que até o
momento sequer responderam as mensagens.
O canal permanece a disposição para comentários e notas de quaisquer dos envolvidos.
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