Quando a candidatura presidencial de Lula ainda despertava sérias desconfianças no empresariado e na comunidade internacional, do alto de seu prestígio de ex-presidente, José Sarney foi o primeiro nome de peso dos setores políticos tradicionais a avalizar a chegada do ex-metalúrgico ao Palácio do Planalto.Mesmo em pleno segundo mandato, quando não lhe é dado disputar outro, o presidente Lula não deixa de reconhecer o gesto de Sarney. Sempre que pode Lula desmancha elogios e prestigia o presidente do congresso e reitera demonstrações de afeto à filha Roseana.
Se é razoável que ninguém duvide que o chefe da nação viria ao estado se o governador fosse outro que não Roseana, também não tem nada de absurda a impressão que a visita seria mais formal, em contraste com o solícito presidente que desembarcou em São Luis.
A estada do presidente no Maranhão é apenas um símbolo de todo o prestígio que o grupo Sarney goza com o companheiro Lula.
Tão logo assumiu o governo, depois da cassação de Jackson Lago, Roseana tratou de compor seu governo com os que lhe foram fieis ou exclusivamente com aliados. Ela já declarou que terá uma postura de diálogo e respeito com os opositores. Mas, nas tarefas de governo, Roseana prefere contar com os seus.
Ambos, Lula e Roseana, ministram lições básicas de política. A principal delas: a noção de que o poder é pra ser dividido como forma de tornar todos portadores do bônus de decidir e co-responsáveis pelo ônus de governar.
Alguns políticos preferem agasalhar até detratores pessoais em suas equipes, outros – a exemplo do ex-governador Jackson Lago – se cercam de gente egoísta, sem brios e descompromissadas com as próprias biografias. O efeito disso para Jackson dispensa comentários.
Roseana reconhece e prestigia seus amigos e faz aumentar a cada dia a confiança de que ela seja capaz de comandar o Maranhão. Lula é o presidente mais popular de todos os tempos e mais bem avaliado entres os líderes mundiais.
*Texto Publicado na 4ª Edição da Folha do Baixo Parnaíba / Foto: Secom
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