Algumas vezes a vida não nos dá a oportunidade de escolher, claramente, entre o bom e o ruim. O desejável seria a seleção entre o aparentemente bom e o incontestavelmente ruim. Na política como em alguns momento fora dela a opção em tela é entre o “mais ruim” e o “menos ruim”.
Em Chapadinha, na última eleição municipal, por exemplo, imagino que como eu muitos não tiveram alternativas no rigor de seu pensamento, nenhum dos candidatos correspondia a justas expectativas. Mesmo assim tivemos que comparecer para votar levando em conta outros critérios,com base nisso pudemos analisar qual dos candidatos tolheria menos o processo democrático, qual retardaria menos a almejada inclusão social.
Alguém já disse que a história é um profeta com os olhos voltados pra trás. Depurando a vida pregressa das duas candidaturas viáveis temos nitidamente, a partir daí, a noção de que fizemos a opção certa para o momento. Na exclusão de quem fatalmente atrasaria salários, desorganizaria por completo a administração e de saldo trataria os reclames com a pesadíssima mão da truculência, escolhemos alguém que com todas as demasias biográficas tinha feições menos danosas ao corpo social de nossa cidade.
Havia ainda a quimera de ver no desvão da decepção prenunciada surgir no íntimo de quem tanto agüentou pra galgar tal comando, por honra do próprio sacrifício ou por impulso da ambição sadia que separa os líderes dos prosaicos, o calar do agouro e do preconceito por uma gestão transparente e participativa ou ao menos organizada.
Enumerar os erros neste momento é tão inútil quanto listar antigos e mesmo atuais detratores e inimigos que gozam da confiança e da influência que se refletem na imagem e na aprovação que têm hoje o governo.
Trata este texto de um chamamento à consciência do nosso grupo político, de um clamor aos líderes pela superação do deslumbre, pela escolha de um rumo e retomada de prumo, caso contrário – e enquanto encaramos disputas medíocres com os adversários antigos – o pragmatismo popular poderá perceber alguém “menos ruim” do que nós para tocar lutas maiores.
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