Escrever jornalisticamente é garimpar
com as unhas no terreno pedregoso dos fatos e quase sempre sem nenhum resultado
além da comunicação mais trivial. Por outro lado, tem o êxtase de confeccionar
uma matéria que a cada linha se antever o impacto. A ânsia de ter uma
informação exclusiva que se revelará bombástica num clique. Imaginar os
desencadeamento de eventos a partir de uma postagem...
A lida é a do sofrimento que antecede
o acerto no rigor da apuração, do estilo, da reflexão e da norma; em confronto permanente
com a pressa implacável que flerta com o perigo do erro. Toda essa emoção supera
qualquer dificuldade de se trabalhar com texto.
Mas para um quase velho repórter como
eu, eis que – como quem passa para o outro lado do balcão – a carreira me
confronta com o papel de responder por comunicação oficial e, neste mister, o
manual recomenda: falar pouco, escrever o mínimo e se eximir de opiniões mais
particulares.
Assim perco palpitantes notinhas de
bastidores, análises submergem e polêmicas passam batidas... Neste momento a
peleja é entre ofício de vida versus cargo temporário... Torturado pelo silêncio
auto imposto, passo agora a desafiar o grau de incompatibilidade e desisto da
difícil arte de não escrever.
Até já!
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