terça-feira, 7 de julho de 2020

Zé Coragem, Generoso Zé e Zé Amigo

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Noite de 31 de dezembro de 1988, havíamos perdido a eleição no garfo e era último dia do Zé Almeida como prefeito. Uma corriola de adversários prepara uma girandola de foguetes em frente à casa do Zé, aquela da Praça Coronel Luís Vieira. Zé Almeida deixou-os ajeitar os fogos e depois foi desmontar a tábua aos pontapés. Quando um afoito dele se aproximou em trejeito ameaçador, levou um pescoção.

 - Sou prefeito até a meia-noite de hoje e homem pro resto de minha vida. Na porta da minha casa ninguém toca foguete. Disse ele, cancelando pra sempre àquela e outras futuras provocações.

Meados do ano 2000, Zé Almeida seria o vice de Magno quando uma manobra interna o alijara da chapa. Reunidos na administração do HCC, eu, Sebastião Pinheiro e Marcos Lobo havíamos decidido romper e dividir a oposição em desagravo ao amigo. Zé não deixou.

- Vamos engolir esse sapo e vamos ganhar essa eleição.

Degustado o sapo, fomos à vitória.

Diante de um drama pessoal que contei ao Zé Almeida em busca de conselho, ele me ponderou:

- Tu tem duas saídas, uma fácil e covarde, mas tranquila. Outra extremamente perigosa e que talvez te cause muitos problemas. Se resolver pela decisão mais difícil terei orgulho. Mas qualquer decisão, estarei ao teu lado aconteça o que acontecer.

Ele teve orgulho! E nem cheguei a ter problema digno de nota.  

Três memórias assomam um companheiro de coragem, uma liderança política generosa e um amigo franco e de todas as horas. O Zé é muito maior que a soma de todas as muitas história que posso dele contar e sua saudade cada dia mais impossível medir.  

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