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Noite de 31 de dezembro de 1988, havíamos perdido a eleição
no garfo e era último dia do Zé Almeida como prefeito. Uma corriola de
adversários prepara uma girandola de foguetes em frente à casa do Zé, aquela da
Praça Coronel Luís Vieira. Zé Almeida deixou-os ajeitar os fogos e depois foi
desmontar a tábua aos pontapés. Quando um afoito dele se aproximou em trejeito
ameaçador, levou um pescoção.
- Sou prefeito até a
meia-noite de hoje e homem pro resto de minha vida. Na porta da minha casa ninguém
toca foguete. Disse ele, cancelando pra sempre àquela e outras futuras provocações.
Meados do ano 2000, Zé Almeida seria o vice de Magno quando
uma manobra interna o alijara da chapa. Reunidos na administração do HCC, eu,
Sebastião Pinheiro e Marcos Lobo havíamos decidido romper e dividir a oposição em
desagravo ao amigo. Zé não deixou.
- Vamos engolir esse sapo e vamos ganhar essa eleição.
Degustado o sapo, fomos à vitória.
Diante de um drama pessoal que contei ao Zé Almeida em busca
de conselho, ele me ponderou:
- Tu tem duas saídas, uma fácil e covarde, mas tranquila.
Outra extremamente perigosa e que talvez te cause muitos problemas. Se resolver
pela decisão mais difícil terei orgulho. Mas qualquer decisão, estarei ao teu
lado aconteça o que acontecer.
Ele teve orgulho! E nem cheguei a ter problema digno de nota.
Três memórias assomam um companheiro de coragem, uma
liderança política generosa e um amigo franco e de todas as horas. O Zé é muito
maior que a soma de todas as muitas história que posso dele contar e sua
saudade cada dia mais impossível medir.
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