Não tenho nenhuma simpatia pelo Ministro Gilmar Mendes (Presidente do Supremo), tampouco concordei com o nível do debate ocorrido, ontem (22), naquela Corte.
Gilmar é conservador a ponto de criminalizar verbalmente – ou pré-julgar, como queiram – um movimento por supostos atos de seus membros. Foi o que aconteceu ao falar do MST num episódio de confronto ainda em apuração na esfera policial. Seguindo a lógica de Mendes a PM do Pará deveria estar por completa atrás das grades, por conta da inconteste chacina de Eldorado dos Carajás, como se um policial que fizesse segurança num prédio público ou pacífico militante dos Sem-terras respondessem por conduta contrária à Lei de qualquer de seus pares.
Além de emprestar a voz contra o MST, Gilmar Mendes ainda fez declarações sobre a revisão da Lei da Anistia, teria exigido o afastamento de Paulo Lacerda (Abin) e, segundo a Revista Carta Capital, estaria se empenhando para restringir a ação da Polícia Federal, alegando supostos abusos no uso de escutas telefônicas.
Já seu antagonista no episódio Ministro Joaquim Barbosa (foto) tem protagonizado cenas inusitadas e picantes demais para o gosto sóbrio das demais excelências. No TSE ele perdeu a paciência com um ministro que pediu vistas “suspeitas” e se retirou da sessão. Somam-se a Gilmar, Marco Aurélio Melo e Eros Grau na lista de desafetos de Barbosa.
Retesias pessoais a parte, a passagem do bate-boca que Joaquim dissera a Gilmar que não é um “de seus capangas do Mato Grosso”, não pode ficar sem o devido esclarecimento. A menção de que um Ministro do Supremo usa tais expedientes supera o âmbito das picuinhas de colegas de repartição e das vaidades doutrinárias, afinal, contra o chefe máximo do poder judiciário nacional não pode pairar tal suspeita.
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