quinta-feira, 30 de abril de 2009

Siameses Para o Bem ou Para o Mal

Desde que foi escolhida candidata à sucessão, com o apoio do então prefeito Magno Bacelar, Danúbia Carneiro vinha sendo alvo de críticas quanto à sua capacidade administrativa e, agora, que é de direito a gestora, as dúvidas quanto a quem detém o poder de fato só tem aumentado.

A lógica é que a política se exerce em grupo e sempre temos líderes fortes conduzindo as agremiações. Indagações do tipo estão presentes até em nível nacional. Recentemente disseram que Lula era o presidente e quem mandava na república era Sarney, depois que Sarney presidia o Congresso, mas, quem dava as cartas era Renan Calheiros e assim por diante.

Imaginário popular e fofocaria a parte, no caso de Chapadinha, há fatos que reforçam essa percepção: prefeita e ex não descolam por nada, assim, interlocutores que desejam tratar isoladamente com um ou com outro têm sérias dificuldades; Magno conservou no estafe de Danúbia a espinha dorsal de seu antigo governo; embora Bacelar se esforce em reiterar publicamente a autonomia da prefeita, esta em seus pronunciamentos, acentua gestos de busca de aprovação de seu mentor nos mais variados temas.

Nesse universo de aparências e de boatos que não dizem respeito ao debate público não se pode perder de vista que sem a bênção do antecessor Danúbia não seria ungida prefeita. Sem a liderança de Magno, o grupo não teria tido o desempenho que teve. Por isso, quem acaso almeje, dentro do grupo, intrigar criatura e criador faz o jogo da oposição.

Erra mais grave ainda quem pensa que queimando Danúbia ou impedindo que ela faça um governo melhor que o anterior, na perspectiva de um descarte futuro, estaria se credenciando a voltar por cima sem prestar contas de seus atos pretéritos, desdenha perigosamente da inteligência alheia e terá que apostar na burrice de toda a sociedade.

Mais do que permitem enxergar vaidades antigas ou deslumbramentos recentes, as feições que deram – Magno e Danúbia – às suas imagens, transformaram tal relação em azougue inquebrantável e o tempo os prendeu como siameses políticos rumo ao futuro.
Por: Alexandre Pinheiro
* Texto Publicado na 3ª Edição da Folha do Baixo Parnaíba que começar a circular hoje, 30 de abril.

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