Uma onda de denúncias contra senadores tem tomado conta do noticiário depois que José Sarney voltou a presidir a Câmara Alta. No fundo de cada escândalo residem práticas políticas nada republicanas e tão antigas quanto o primeiro parlamento a que se tem conhecimento. Já a leitura que se faz de tais fatos, essa sim tem revelado porções cavalares de preconceito e cinismo de órgãos de comunicação e correntes de pensamento político.
O ensejo inicial era execrar a vitória de Sarney como o triunfo do supra-sumo do atraso nacional. A partir daí todas as mazelas de gestões anteriores caíram na conta do maranhense. Miríades de diretorias, gastos excessivos e mordomias mil... Simples. Tudo culpa do ex-presidente.
Mas, o vale-tudo que acabou tomando conta do senado deixou claro que, longe de ser propriedade privada dos “caciques dos grotões”, o problema da transparência afeta dos próceres da oposição conservadora como Tasso dos jatinhos às vestais da esquerda como Tião do celular.
Aqui na Paróquia aconteceu coisa parecida. Alforriado do “diabólico”, o Estado foi entregue aos “anjos” da libertação. Como resultado: a repetição de imposturas, o agravamento de certos vícios e a percepção de que entre o Sarney ufanado de estadista habilidoso que sepultou o arbítrio e o aviltado de oligarca, existe o político contraditório e tão vítima do maniqueísmo quanto qualquer de seus pares, mas, como tais, imprescindível à democracia.
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