Por: Almir Moreira – Advogado
Sou invocado pela democracia, sou seu árduo defensor. Sou invocado
por ela por que a história humana é também invocada por ela. Já disseram, em
outras palavras, que ela não presta, mas que até hoje não inventaram coisa, do
ramo, melhor. A democracia é o único regime capaz de domar com mais eficiência,
com menor trauma o sistema capitalista. É isso aí, amigos, regime e sistema são
coisas diferentes! Um trata da forma de governo e o outro do modo produção.
Como na peleja entre socialismo e capitalismo este se saiu “vitorioso”, isso em
razão da natureza do homem, com valor e característica imanentes como,
liberdade e individualismo, claro, não podia ocorrer nada diferente a não ser a
democracia.
Como o capital se expande mais fácil com liberdade comercial e de
exploração, falo em termos gerais, a isso vem associado o regime de liberdades.
Poderia se especular, e a China? Potencia econômica e regime totalitário! China
é caso à parte, porém, faz parte do todo. Cultivou sempre uma tradição política
e cultural autoritária, faz socialismo meia boca para os chineses e matem
relações capitalistas em todos os níveis com o mundo, e não vacilam, a
pirataria comercial é expediente usual. A democracia virá, certamente.
A democracia, hoje, ultrapassou ao que se propôs quando surgiu.
Não pode mais ser vista como um regime de mera ocasião, ela é um valor enredado
pela história, compreendem? Não há outro terreno mais favorável para as lutas
do povo, só nele o menos favorecido pode espernear com mais segurança, só nele
os desiguais podem formalmente ser iguais.
O nosso grande mérito no Brasil foi a conquista deste regime,
negado a ferro e fogo ao longo de nossa formação. Nos falta aprimorá-lo, dar a
pitada de sal, tempero que dá gosto, no caso, aprofundar um de seus aspectos a
participação, e no caso brasileiro, urdir reforma política e eleitoral, para
que Demóstenes e congêneres não mais se repitam; para que administrações
públicas, as instituições e os Poderes rompam seus laços patrimonialistas,
autoritários e excludentes, que só vingam ainda por força de leis anacrônica,
dignas de ditaduras cínicas, a exemplo da legislação eleitoral.
Com a permissão do Alexandre voltarei em outro post para tratar
mais do assunto.
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