segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Grupo Sarney se Fragmenta nas Eleições 2016


Dois anos após perder o governo do Maranhão para Flávio Dino (PC do B), o grupo político do ex-presidente José Sarney (PMDB) chega às eleições municipais dividido entre os quatro principais candidatos à Prefeitura de São Luís.

Sem um nome competitivo para disputar as eleições na capital, o grupo do ex-presidente viu o PMDB lançar a candidatura do vereador Fábio Câmara para a prefeitura.

A candidatura, contudo, foi lançada à revelia de caciques do partido, como a ex-governadora Roseana Sarney e o senador Edison Lobão. O resultado das disputas internas foi uma fragmentação.

Tradicionalmente ligado ao PMDB no Estado, o PV do ministro Zequinha Sarney (Meio Ambiente) optou pela candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS), que cresceu na política como opositora dos Sarney. O empresário Wellington do Curso, do PP, recebeu o apoio de outra parte da família: o deputado estadual Edilázio Júnior (PV), genro de Ronald Sarney, que é irmão do ex-presidente.

Já Gastão Vieira, ex-ministro do Turismo no governo Dilma Rousseff e candidato derrotado ao Senado em 2014, apoia a reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), aliado do governador Flávio Dino.

Aliados afirmam que José Sarney não se movimentou nos bastidores por uma unidade do grupo. “Se houvesse diretriz, defenderíamos todos o mesmo candidato. Mas o presidente Sarney não deu um pitaco”, afirma Lobão Filho, candidato a governador pelo PMDB derrotado em 2014 e filho do senador Edison Lobão.

Na pré-campanha, os aliados dividiram-se entre os que defendiam a candidatura própria do PMDB e os que queriam apoiar candidatos de outro partido.

A Folha apurou que Roseana Sarney foi uma das que não queria candidatura própria e teria defendido apoio a Eliziane Gama ou Wellington do Curso.

O senador peemedebista João Alberto referendou a candidatura de Fábio Câmara, que acabou tendo maioria no diretório municipal.

Lobão Filho também criticou a opção pela candidatura própria. Agora, afirma que ainda não decidiu se apoiará o colega de partido ou se optará pelo “voto útil” em Eliziane Gama.

“Os dois são candidatos preparados, com boas ideias”, diz. Sua mulher, a apresentadora Paulinha Lobão, contudo, já anunciou publicamente apoio da família à candidata do PPS.

Uma das principais aliadas da ex-senadora Marina Silva, Eliziane chegou a se filiar à Rede, mas acabou indo para o PPS, seu antigo partido, em busca de mais alianças.

ISOLADO
Primeiro candidato do PMDB em São Luís que cresceu fora da órbita do grupo de Sarney, Fábio Câmara não teve nenhuma manifestação de apoio ex-presidente ou de Roseana Sarney.

“Por incrível que pareça, eles estão com todo mundo, menos comigo. Faço parte, mas não me sinto do grupo”, diz Câmara, que começou no PMDB como auxiliar de serviços gerais, limpando banheiros da sede do partido.

Mesmo com adversidades, o peemedebista diz não se sentir intimidado. “Os caciques estão ficando presos em sua própria história. Eles não têm mais base política, estão desconectados”, diz.

Pesquisa Ibope divulgada na quarta (14) mostrou Fábio Câmara com 3% das intenções de voto. O líder é Edivaldo Holanda, com 37%.

Fonte: Folha de São Paulo.


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