Tinha sonhos, projetos futuros, viveu
e queria continuar vivendo... Morreu, teve um enterro célere e frio. À família,
negado direito humano de se despedir, ficou algo muito além da saudade, uma dor
que atravessa e violenta qualquer sentimento explicável. Lojas fechadas,
negócios perdidos, ganha-pão em risco, desemprego e necessidades para tantos como
ameaças no horizonte, para muitos realidade já.
Pela ação implacável da biologia, o
maldito coronavírus nos fustiga, nos mata, nos obriga ao luto e nos impõe a fome.
Nesta quadra de desamparo crescente estamos
divididos entre os que ignoram o drama geral olhando de cara pra ele e nós que parecemos
cansados, impotentes, desiludidos e rendidos pra morte.
O cenário beneficia a desistência de
governantes até aqui resilientes e favorece aos insensíveis que buscam ganhos enquanto
oferecem as próprias famílias à roleta russa da agressividade da doença e à loteria
macabra da falta de leitos e respiradores.
Em todo canto do Brasil e Chapadinha
no meio o que se ver é pressão por abertura de comércio e tentativa duvidosa de
retomada de normalidade no momento em que os números da tragédia só crescem.
O que vem por ai gera medo e me
obriga a simploriamente clamar para que as autoridades se mantenham a favor da
vida e a pateticamente implorar a todos mais cuidado com suas próprias vidas.
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