sábado, 6 de junho de 2020

A Pandemia, o Medo e meu Patético Apelo



Tinha sonhos, projetos futuros, viveu e queria continuar vivendo... Morreu, teve um enterro célere e frio. À família, negado direito humano de se despedir, ficou algo muito além da saudade, uma dor que atravessa e violenta qualquer sentimento explicável. Lojas fechadas, negócios perdidos, ganha-pão em risco, desemprego e necessidades para tantos como ameaças no horizonte, para muitos realidade já.

Pela ação implacável da biologia, o maldito coronavírus nos fustiga, nos mata, nos obriga ao luto e nos impõe a fome.

Nesta quadra de desamparo crescente estamos divididos entre os que ignoram o drama geral olhando de cara pra ele e nós que parecemos cansados, impotentes, desiludidos e rendidos pra morte.        

O cenário beneficia a desistência de governantes até aqui resilientes e favorece aos insensíveis que buscam ganhos enquanto oferecem as próprias famílias à roleta russa da agressividade da doença e à loteria macabra da falta de leitos e respiradores.

Em todo canto do Brasil e Chapadinha no meio o que se ver é pressão por abertura de comércio e tentativa duvidosa de retomada de normalidade no momento em que os números da tragédia só crescem.  

O que vem por ai gera medo e me obriga a simploriamente clamar para que as autoridades se mantenham a favor da vida e a pateticamente implorar a todos mais cuidado com suas próprias vidas.              

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