Por:
Anaximandro Cavalcanti – Psicólogo
Ultimamente,
nossos professores vêm sendo cada vez mais diminuídos de sua importância,
muitos testemunham que o sofrimento vivido, já beira o insuportável. Hoje o
ambiente de sala de aula é mais estressante que o de uma penitenciária.
Pesquisa realizada pelo Sindicato dos professores do Ensino Oficial do Estado
de São Paulo aponta os seguintes números: 44% dos professores já sofreram algum
tipo de violência; 39% agressão verbal; 10% assédio moral; 5% agressão física;
42% já presenciaram alunos sob o efeito de drogas, 29% presenciaram tráfico de
drogas nas escolas; e 57% consideram violentas as escolas onde lecionam.
Este
é o universo de violência e agressões, inclusive aos professores que cerca os
muros de nossas escolas, e toda essa atmosfera recai unicamente sobre o
professor, que hoje são cobrados inclusive das responsabilidades das famílias e
da sociedade.
Muito
se fala em evasão escolar, mas nunca ouvi falar sobre a evasão dos professores,
que faz com que cada vez mais os professores sejam afastados de suas atividades
por transtornos psiquiátricos, principalmente os advindos do agravamento do
estresse. E este afastamento gera angústia por não conseguirem cumprir o seu
papel de agente educador, o que os frustram e os adoecem, daí muitos
apresentarem quadros de ansiedade grave e de depressão.
Para
mapear as circunstancias que têm favorecido o adoecimento de nossos
professores, indicarei apenas uma, “a frustração”. A mesma vocação que tem um
médico pela medicina ou um astrofísico pela física quântica, é a que tem um
professor pelo ensino. Valores salariais é outro aspecto, o que dar prazer ao
BOM professor é a arte de ensinar, o mesmo prazer que sente um médico ao salvar
uma vida. Poder exercer a profissão é extremamente importante e gratificante.
Exercer a profissão com dignidade é direito! Infelizmente furtam o direito de
nossos mestres a um salário decente, seus direitos não são cumpridos, são
desrespeitados no mais profundo dos sentidos. Frustração é o que sente um
profissional, que se dedicou a vida toda por um sonho, por uma causa, e no
final não ter reconhecido seu valor.
Infelizmente,
nossa Presidenta acha o esporte muito importante, muito mais que a precariedade
material e salarial dos professores. E enquanto se discute as benesses da copa,
uma coisa é certa, o uso futuro dos quatorze estádios construídos e reformados;
servirão apenas para Edir Macedo, Valdemiro Santiago e R.R. Soares!
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