Enquanto
setores da oposição denunciam a retirada do concessionário do Abrigo Central como
perseguição política e partidários do governo comemoram o fato como vitória total,
grande feito e indicativo absoluto do poder de Belezinha de colocar ali quem
quiser (já apontado – inclusive, ao arrepio da lei – o irmão da prefeita,
conhecido por Galo e ex-proprietário de Bar, como novo ocupante do espaço
público, já pra antes do carnaval), discordando de ambas as interpretações e
como testemunha da mudança de “donos do Abrigo” ao longo do tempo, me atrevo a
debater o assunto.
A
história de Chapadinha registra que até o nome da Praça de Coronel Luís Vieira mudava
para Pedro II de acordo com o grupo político no poder municipal. Assim também
sempre foi com o Abrigo. O próprio Inaldo Caldas admite, em nota de
agradecimento, que ali ficou por indicação da Associação "Cangaia" e pela caneta
de Magno Bacelar. Antes de Magno, Isaías, Osvaldo Lobo, Zé Almeida, Irineu
Galvão... que agraciavam correligionários com a exploração daquele ponto.
Belezinha
fez agora apenas o que todos fizeram no passado. Mas não deveria ser assim. A
lei estabelece regras para a ocupação e exploração econômica de logradouros
públicos que costuma ser obedecida – quando tanto – apenas nos aspectos
formais.
Deveria
haver concorrência democrática, honesta, real e que impusesse vantagens à
prefeitura e à população usuária dos espaços públicos. Além de recolher taxar,
que o concessionário assumisse obrigações pontuais e estipuladas em contrato,
como: manutenção de banheiros, limpeza e ajardinamento da área, promoção de
atividades culturais, compromisso de zelar pelo sossego público e respeito às
celebrações e cultos nas imediações.
Neste
momento em que o senhor Manoel Barbeiro – por meio do filme do Dewis Caldas – nos
conta que o Abrigo Central é até mais antigo que a própria Praça, penso ser a
ocasião de reforçar a preservação das feições arquitetônicas históricas. Já o
processo de escolha dos ocupantes como dádiva a parentes ou correligionários, urgentemente
superado, radicalmente modificado. Porque assim manda a lei e porque o Abrigo não
é da Belezinha e nem meu, é de todos nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário