O relatório final da auditoria do DENASUS sobre o escândalo do Covidão, a que o blog teve acesso com exclusividade, confirma que nenhum dos procedimentos foi feito, que a estrutura de saúde de Chapadinha não tinha a menor condição de realizar o volume de serviços apresentados, que – diferente do que foi dito – e secretário Alberto Carlos tinha conhecimentos de tudo e que o SUS cobra a devolução de todo o dinheiro recebido com a fraude. Reveja matéria sobre o início do caso.
Recorte do Relatório |
O relatório do Departamento Nacional
de Auditoria do Sistema Único de Saúde, assinado pelo diretor Alexandre Alves
Rodrigues e datado de 24 de junho de 2024 constata, logo de início, que o
ex-secretário e vereador reeleito Alberto Carlos não só tinha conhecimento dos
números alterados como tentou enganar a própria auditoria.
Ouvido pela auditoria o servidor
identificado pelas iniciais A F C, que mais adiante esclareceremos de quem se
trata, foi taxativo ao dizer que o então secretário tinha acesso a todas as
informações sobre a inclusão dos dados do pós-covid. “Informou ainda que o
Secretário Municipal de Saúde (Alberto Carlos) tem conhecimento sobre a
alimentação desses dados por meio de relatórios da produção ambulatorial, mas
somente quando solicita”, aponta o DENASUS, página 7 do relatório. Veja recortes!
Durante as verificações feitas na visita da equipe do DENASUS em Chapadinha o secretário Alberto foi ouvido
várias vezes, em tentativa de justificar o escândalo, mas as tentativas não
foram aceitas como mostra o trecho abaixo.
“O gestor apresentou em sua
justificativa, documentos que comprovam a Implantação da Coordenadoria de
Controle, Avaliação e Auditoria, com nomeação de servidor para o cargo de
coordenador. No entanto, ressalta-se que, durante a fase in loco da auditoria,
o próprio gestor afirmou que o setor não estava em funcionamento”, conclui o relatório
desmentindo o então secretário.
A prefeitura de Chapadinha apontou o Centro de Saúde Benu Mendes e o Centro de Reabilitação como locais onde os procedimentos teriam sido realizados. Mas pela própria lista profissionais indicados pelo município a auditoria concluiu que não seria possível a realização do montante astronômico com o número de profissionais. Paralelo ao relatório do DENASUS, a fraude é investigada também por meio de inquérito da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A Comunicação da Prefeitura adota por
prática não responder nossos pedidos de posição. Mandamos mensagem para o vereador
e ex-secretário Alberto Carlos, mas até o momento não tivemos resposta.
Continuamos à disposição.
A matéria tem sequência com mais documentos
e conclusões do relatório nas próximas postagens.
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