Como este blog antecipou em postagem
de ontem, o envolvimento de Chapadinha liderando inserções de dados
suspeitos no sistema do Ministério da Saúde em mais de 200 mil supostos
atendimentos de pós-covid em 5 meses e tendo faturado 3,9 milhões com o esquema, acabou virando escândalo nacional.
O primeiro a destacar o fato foi o Portal
UOL. Veja abaixo trecho da matéria do UOL que aponta Chapadinha como a líder do
esquema. Nas próximas postagens traremos matérias de outros veículos nacionais
sobre o escândalo.
O município de Chapadinha (MA), a 170 quilômetros de São Luís, líder no ranking de tratamentos de reabilitação de
covid-19, registrou números repetidos ao longo dos meses no sistema do SUS
(Sistema Único de Saúde), o que reforça ainda mais a suspeita de
irregularidades no uso de verbas da saúde.
O município informou ao SUS, de
janeiro a maio deste ano, sempre o mesmo total de atendimentos de reabilitação
cardiorrespiratória de covid: 7.860. Esse tipo de padronização nos números,
sempre múltiplos de dez, também aparece em outras cidades maranhenses.
O que diz a prefeitura. Questionada
pelo UOL sobre as repetições, a Prefeitura de Chapadinha disse que está
realizando uma auditoria interna. “Com isso foi identificado algumas
inconsistências na produção ambulatorial, solicitando ao departamento de
processamento de dados municipal a devida correção da informação, já solicitado
ao Ministério da Saúde para reenvio”, disse em nota.
Fora da realidade. Os números repetidos também chamaram a atenção do Ministério da Saúde, como mostra documento obtido pelo UOL. “Observou-se que os registros de produção individual em Unidades de Saúde distintas possuíam dados idênticos, relativos aos pacientes, ao mês de produção, ao número da folha”, dizem os servidores do Departamento de Regulação e Controle.
“Tais divergências representam as
principais evidências das anomalias e distorções encontradas. Diante disso,
infere-se que tais atendimentos não correspondem à realidade da unidade e/ou
município.”
O Ministério Público Federal
investiga o escândalo em 33 municípios do Maranhão por suspeita nos repasses
destinados aos atendimentos pós-covid. “Tem municípios maranhenses que gastaram
mais do que estados inteiros. Só isso já é um indício de irregularidade”, diz
Juraci Guimarães, procurador que coordena o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de
Repressão ao Crime Organizado) no Maranhão.
Mais atendimentos que o dobro da
população. Considerando todos os atendimentos pós-covid realizados entre
janeiro e junho — não apenas a reabilitação cardiorrespiratória — em
Chapadinha, a soma foi de 206.920. O número corresponde a cerca de duas vezes e
meia a população, de 80 mil habitantes.
A cidade explica alto número dizendo que um mesmo paciente pode passar por até 20 atendimentos em um único mês, que sua população está subestimada e que a estimativa para 2023 é de 100 mil habitantes.
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