segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Menudos, Oligarquia e Tradição Política


A atuação dos deputados mais jovens da Assembleia, alguns com feições tão adolescentes que foram intitulados “Menudos da Assembleia”, tem chamado atenção pelo desembaraço com que tocam seus inícios de mandatos.

Articulados e com bom nível educacional, impressionam pela oratória e domínio dos meandros parlamentares. 

Nas Sessões da semana passada, não houve um dia sem que tais moços, de situação ou oposição, tenham protagonizado debates interessantes. 

De Rubens Júnior, rapaz que inicia um segundo mandato ao púbere Andre Fufuca, todos têm encarado disputas de idéias. 

Torcendo para que continuem assim, não podemos deixar de chamar atenção para o fato de que a política está pré-formada em suas vivências familiares. Andre Fufuca, Neto Evangelista, Rubens Júnior, Luciano Leitoa e Eduardo Braide têm sobrenomes conhecidos do cenário estadual e, por suas qualidades como representantes, desconstroem uma das bandeiras de oposição mais encampadas contra o grupo Sarney: a da sucessão genealógica em posto de poder.

Na edificação do maniqueísmo timbira tratou-se de imputar a um lado o capricho de impor familiares à vida pública.  Como ocorre em várias atividades ou profissões a influência dos exemplos e aptidões paternas é mais que comum na arte política. 

Assim os novíssimos deputados, olhando para seus próprios exemplos, podem com muita propriedade falar em propensão e tradição familiar para a vida pública sem, contudo, engrossar o surrado coro da oligarquia hereditária, sob pena de realçar o profundo elitismo social que os gerou.  

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