sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Dever de Casa


Por: Almir Moreira – Advogado 

O Brasil cresce aos trancos e barrancos, digo isto porque é flagrante a falta de planejamento, principalmente no âmbito das administrações regionais e paroquiais. Surfamos na onda do crescimento global, houve nas últimas décadas grande liquidez de capital, melhor dizendo, sobrou dinheiro no mundo. Por isso aumentou o numero de investimentos privados em Países como o nosso. Passamos a ser vistos como um mercado interessante para se ganhar grana. Queriam apenas os estrangeiros que fizéssemos o dever de casa, pelo menos o básico para o grande capital aportar por aqui com um mínimo de segurança: debelar a inflação, controlar as contas públicas e privatizar setores sob a direção do Estado. Veio o real, foram criados alguns instrumentos de controle das contas públicas, a lei de responsabilidade fiscal é um exemplo disto e vários setores da economia foram privatizados. O governo Collor deu o ponta pé inicial, Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula consolidaram esta linha. Enfim, a lição relativa a macro economia foi realizada nos moldes da ortodoxia capitalista. O País foi preparado para esse crescimento verificado. É como se o terreno fosse preparado para a lavoura. Foi um passo dado para solucionar o maior problema nosso, a brutal desigualdade social que nos aflige desde nossa formação nacional.

O governo federal fez a sua parte no que diz respeito à política econômica no sentido macro, até incrementou programas sociais com o fito de amenizar essa desigualdade e num primeiro momento incluiu, ainda que de forma tímida muitos na economia. Claro, ainda dá também exemplos retrógados, vez por outra pratica o clientelismo, e se mostra reticente em promover um novo pacto federativo. Explicando, é preciso uma maior divisão do bolo dos recursos, há muita concentração destes nas mãos da União.

Agora, aliado a isso é necessário uma mudança radical no modelo de administração dos outros entes da federação. Não é mais possível administramos com os olhos ou as mesmas lentes do inicio do século passado. Fazendo uma política sem nenhum planejamento, sem estabelecer metas ou detectar prioridades e sem envolver a sociedade neste projeto. Nossos recursos precisam ser aplicados cirurgicamente. Não precisamos de luxo, precisamos acabar com o “lixo”. A responsabilidade é de todos e, principalmente dos que escolhem seus dirigentes.

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