Para
além da infrutífera contenta entre blogueiros governistas e oposicionistas (que
por vezes assemelha-se a birra de criança) há um debate importante em tela sobre
blogues, jornalistas versos políticos e autoridades da justiça, que gostaria de
iniciar usando algumas declarações recentes do chefe do poder judiciário em nível
nacional.
“Para que a democracia saia do papel e se incorpore em nosso
cotidiano e em nossas instituições, sustenta o ministro Ayres Britto, a
Constituição Federal investiu em estratégias, e colocou a serviço dessa
democracia a liberdade de imprensa. Isso faz entre os dois um vínculo
indissociável, um cordão umbilical. “Cortar esse cordão umbilical é matar as
duas: a democracia e a imprensa”, afirmou o ministro Ayres Britto.”
Este
blogue – meus caríssimos leitores sabem bem disso – tem no debate elevado e na
defesa da liberdade de expressão princípios com os que reafirma o primado da
prática democrática que a todos nós permite manifestar opinião e assumir
legitimamente lado partidário ou ideológico.
Neste
contexto, mesmo desrespeitado por termos, digamos... pouco elegantes, tenho
falado em favor até de quem discorda de mim como em texto que publiquei em 14 de abril
do ano passado em defesa da liberdade do titular do Chapadinha Anúncios. Releia
(aqui).
O momento
eleitoral deste ano traz a inovação da relevância do papel das páginas de
internet na disputa por mentes e corações. Por isso candidatos tentarão dificultar a ação
de jornalistas desfavoráveis com ações judiciais. Blogueiros de um lado e de
outro responderão inevitavelmente a processos. Nada de anormal e nada capaz de suplantar
as conquistas de liberdade cravada na letra e no espírito das nossas regras
constitucionais.
Os
blogues mais ou menos responsáveis sairão deste combate na inversa proporção de
mais condenações quanto menos criteriosos forem.
O
perigoso nesta fase não é o revés deste ou daquele veículo, mas o desvio do debate:
quando se deveriam esmiuçar os feitos e defeitos dos postulantes políticos,
ficam a desforrar rivalidade entre colegas, que mesmo divergentes, deveriam
defender a liberdade de todos e até (no limite da lei e do respeito
institucional) suspeitar e enfrentar certos rompantes autoritários, se for o
caso.
Um comentário:
Falando em pagamento, qual o motivo de a prefeitura ter feito o último fora dos prazos legais? No blog do William a informação foi postada, sem o estardalhaço corriqueiro, pois ele mesmo sabia o prazo legal já havia estourado. Falta seriedade ao veicular informações.
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