Por: Flávio Dino - Presidente da Embratur
Em todas as TVs, jornais, revistas e sites do Brasil está
retratado o crescimento da criminalidade no Maranhão. São decapitações,
estupros, crianças queimadas vivas, assassinatos.
De onde vem essa “onda repentina”? Quem está organizando essas
quadrilhas ? São perguntas fundamentais diante de quadro tão grave.
EM PRIMEIRO LUGAR, é importante entender que não se trata de uma
“onda repentina”. O fato de o Maranhão ter os piores indicadores sociais do
Brasil cria as condições para o crescimento de toda espécie de crimes.
Além disso, nesse caso o exemplo vem “de cima”: a subtração
cotidiana do dinheiro público pelos poderosos destrói qualquer cultura de
respeito à legalidade que possa servir de barreira contra o engajamento de
novos agentes no mundo do crime.
EM SEGUNDO LUGAR, vale ressaltar que é FALSA a ideia de que os
crimes estão “restritos” ou “nascem” da Penitenciária de Pedrinhas.
Na verdade, os crimes estão nas ruas, acima de tudo. Basta ver o
brutal aumento de homicídios em São Luís, ano a ano. Para citar o número mais
recente, houve um salto de 635 assassinatos em São Luís no ano de 2012, para
mais de 800 em 2013.
Ademais, todos sabem que o consumo de crack e outras drogas
aumentou muito em todo o Maranhão. Ora, se aumentou o consumo, aumentou o
tráfico, e esta é a principal causa do incremento da criminalidade.
A tomada das ruas pelas organizações criminosas só foi possível
por conta do enfraquecimento das Polícias. TEMOS HOJE O MENOR NÚMERO DE
POLICIAIS POR HABITANTE DO BRASIL. Essa deficiência se soma a uma crônica falta
de equipamentos e negativa de direitos aos policiais e agentes penitenciários.
Esses são fatores que precisam ser enfrentados, com urgência.
Para isso é imprescindível que o governo do Estado rompa essa postura de
inércia, de desqualificação do Poder Judiciário e de propaganda vazia e
desrespeitosa.
Um ótimo começo seria a constituição de um Gabinete de Crise,
com a participação de todas as instituições do sistema de Segurança e de
Justiça, juntamente com a sociedade civil (por exemplo: Judiciário, Ministério
Público, OAB, SMDDH, Defensoria Pública, Polícias estaduais, Polícia Federal,
Guarda Municipal, Forças Armadas).
Está claro que o governo do Estado, sozinho, não vai dar conta
do problema. Logo, é necessário espírito democrático para articular novos
atores para que passos reais sejam dados. Caso contrário, mais crimes bárbaros
vão destruir famílias e desmoralizar ainda mais a imagem do Maranhão em âmbito
nacional.
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