Quando
eu questionava o mito do brasileiro cordial, meus pares de classe média
faltavam me engolir. Hoje eles estão por ai com o peito inflado de arrogância e
vasto repertório de "verdades" negativas sobre negros, homossexuais, sem-terras, pobres,
minorias e divergentes em geral.
O
Brasil conservador saiu do armário nos últimos anos. Não vejo o menor problema
nisso, quero mais é que eles defendam seus pensamentos, criem seus partidos e lancem
seus candidatos.
Recuso-me
a crer que a juventude tenha perdido suas utopias ou abdicado do delírio da
justiça, igualdade, liberdade... Por tudo isso mesmo é muito bom saber contra
quem os humanistas lutam.
Minha
geração, que era muito nova para perecer na ditadura, agora já tem idade para
não viver calada nem morrer de medo de consensos artificias. Contrapor arroubos
de intolerância engatilhados por qualquer velhaco convertido em dono de Deus é
a tarefa do momento e vai muito além de ganhar ou perder a disputa pela opinião
pública ou angariar antipatias.
Na superficialidade
das informações via redes sociais – entre brados de blasfêmias e dízimos ampliados
– zelosamente chocamos os ovos de serpentes de pensamento muito parecidas com aquelas
que exigem sangue, violência e morte como única forma de reparar alegadas ofensas e seus
ícones sagrados. Eis o grande perigo!
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