Por: Robert Lobato
Os números do insuspeito instituto Datafolha deixam claro que as manifestações promovidas neste domingo, 13, são protagonizados por setores da sociedade que sabem muito bem que estavam ali, na Avenida Paulista (SP) ou na Avenida Atlântica (RJ), não porque combatiam a corrupção, mas porque defendem outro projeto político-ideológico para o país.
Segundo o levantamento do Datafolha, 77% dos entrevistados disseram que possuem curso superior, enquanto no município o índice em média é de 28%. Já 12% afirmaram que são empresários – em São Paulo a atividade é citada por apenas 2%.
Em relação à renda familiar, metade dos entrevistados disse que está entre cinco e 20 salários mínimos. Em média, o percentual nessa faixa é de 23%.
A pesquisa mostrou também que 77% dos manifestantes declararam que são da cor branca e que 94% não participam de nenhum grupo que promoveu o ato. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Mas um leitor simpatizante dos protestos pode questionar: “Mas os ricos, a classe média, empresários, brancos etc., não podem ir para as ruas protestar, Bob?”.
Claro que podem e devem! É legítimo todo ou qualquer movimento democrático de toda ou qualquer classe social.
O que não pode e está errado é uma parcela minoritária do país tentar passar a ideia de que é a legítima porta-voz da imensa maioria dos brasileiros que não se sente representada pelos tais “Vem Pra Rua” e “Movimento Brasil Livre’, ambas organizações inspiradas por fanatismos nacionalistas, afastamento de Dilma e até intervenção militar.
Que eles disputem o comando do país.
Mas que tenham a coragem de reconhecer que são movimentos políticos, ideológicos e partidários de ideais conservadores para o Brasil.
Seria mais digno.
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