Uma
série de depoimentos de delatores da Operação Lava Jato contém erros e
contradições que tornam as denúncias falhas e sem prova cabal para condenar os
envolvidos. Como no caso do governador Flávio Dino, segundo apontou reportagem
da Folha de São Paulo neste domingo, 07.
Essa
falta de provas diminuí a denúncia contra Dino e causa tanta revolta no
governador. O ex-executivo da Odebrecht, José Carvalho, contou que doou R$ 400
mil a campanha do comunista em 2010 em troca de apoio a um projeto de lei sobre
proteção de investimentos brasileiros em Cuba, depois falou que o valor era de
R$ 200 mil e chegou a dar uma senha, mas não lembrava qual era. Detalhe que o
tal projeto não foi relatado por Dino quando era deputado, e depois foi
arquivado. Carvalho ainda disse que em 2014 houve uma doação legal a campanha
de Flávio, mas não há registro na prestação de contas do PCdoB. A única coisa
que existe contra o governador é o depoimento de um delator maluco e cheio de
contradições, mas sem um documento se quer como prova. São esses desencontros
de informações que tornam quase impossível a abertura de inquérito pelos
ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Políticos
ouvidos pela reportagem do jornal Folha de São Paulo afirmaram que usarão essas
brechas em suas defesas perante a Justiça. Um ministro do Supremo disse, sob
condição de anonimato, que incongruências fragilizam as acusações e que algumas
delações terão de ser reanalisadas em órgãos judiciais colegiados. Segundo ele,
“não se pode provar com probabilidades. Prova tem que ser cabal”.
As
petições contra os governadores do PSDB Marconi Perillo (Goiás) e Geraldo
Alckmin (São Paulo) são outros exemplos dessa situação. A petição contra o
goiano é embasada em quatro delatores que apresentaram três versões distintas.
No caso do paulista, os delatores citam números que contradizem eles próprios:
o que está nas planilhas não coincide com seus relatos.
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