Juvenal Neres Representante da ASA/Maranhão |
Foi
realizada nesta terça-feira (15), no Povoado Canto do Ferreira, distrito de
Chapadinha (MA), a solenidade que marca a oficialização do convênio de
cooperação financeira entre a Fundação Banco do Brasil (FBB) e a Associação das
Quebradeiras de Coco dos Projetos de Assentamento de Chapadinha (MA). O aporte
de recursos é da ordem de 238 mil reais destinados à construção e compra de
equipamentos para a produção de óleo de coco babaçu, advindo da produção
extrativista local e regional, fortalecendo a economia popular e solidária e
promovendo o extrativismo sustentável dos babaçuais.
Estiveram presentes na solenidade a Presidenta da
Associação, Sra. Gracilene Cardoso, o coordenador executivo da Rede ASA
Maranhão, Juvenal Neres, a representante da Secretaria de Estado da Agricultura
Familiar (SAF), Sra. Luciene Figueiredo, o prefeito municipal de Chapadinha
(MA), Magno Bacelar, o representante da Câmara Municipal de Chapadinha,
vereador Netinho do Vale, o Diretor do SEBRAE – Escritório Regional de
Chapadinha, David a representante da UFMA – Campus Chapadinha, profa. Dra. Ana
Paula Ribeiro, o gestor regional da AGERP-MA (Escritório Regional de
Chapadinha), Gilvanildo Ramos. A presidenta da associação e uma das
beneficiárias em sua fala de destaque, Gracilene Cardoso, relata a importância
desta grande obra para as mulheres, para a comunidade e para a zona rural de
Chapadinha: “Foi e está sendo uma luta árdua e agradeço a todos os envolvidos
até aqui. Sem parcerias não seríamos o suficiente para enfrentar este desafio”,
relata. Para o coordenador da Rede ASA Maranhão, “o papel da ASA é de
visibilizar os excluídos historicamente e empoderar o povo camponês.
Iniciativas como essa faz com que passamos a acreditar cada vez mais no
potencial da mulher extrativista e camponesa, assim como o potencial dos nossos
companheiros agricultores, precisamos cada vez mais fazer com que os camponeses
se sintam os protagonistas de suas histórias. Estamos felizes com a conquista
das mulheres do Canto do Ferreira!”, relatou Neres.
Para o
prefeito de Chapadinha, estas parcerias são importantes para o município e
sempre serão bem-vindas as contribuições para a população rural do município,
pois desenvolve a cadeia produtiva e fortalece a economia local, dando mais
rentabilidade e qualidade de vida às famílias.
Esta conquista é fruto da iniciativa das extrativistas, com
a parceria e assessoria da Articulação Semiárido (Rede ASA Maranhão), do curso
de Agronomia da UFMA – Campus Universitário de Chapadinha, por meio dos
professores doutores James Ribeiro Azevedo e Telmo José Mendes, a Agência
Estadual de Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (AGERP – Escritório Regional
de Chapadinha) e do Serviço Brasileiro de Apoio ao Empreendedorismo (SEBRAE –
Escritório Regional de Chapadinha), que todos atuaram na construção do projeto
e continuarão prestando toda a assessoria durante a implantação do projeto, até
que as próprias mulheres possam ter todas as condições de administrar o
empreendimento.
Histórico
da luta das mulheres quebradeiras de coco - A
Associação das Mulheres Quebradeiras de Coco dos Projetos de Assentamento de
Chapadinha – MA foi fundada em 2007 por 30 mulheres das comunidades Canto do
Ferreira, Paiol, Nova Belém e Vila Borges. As mulheres decidiram constituir
essa organização para agregar valor ao coco babaçu devido ao baixo preço da
amêndoa e o desperdício do mesocarpo.
A primeira atividade realizada foi em 2007 com uma
capacitação em aproveitamento do mesocarpo realizada pelas mulheres
quebradeiras de coco do município de Itapecuru Mirim. No ano de 2008, as
mulheres participaram de uma capacitação em artesanato de babaçu e em produção
de hortaliças, sendo capacitadas 16 pessoas. A entidade que promoveu a
capacitação foi o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). A produção de
hortaliças iniciou-se com o apoio financeiro da Fundação ABRINQ, adquirido por
meio da Agência Estadual de Pesquisa e Extensão Rural (AGERP).
Em 2009, seis mulheres participaram de uma feira em
Chapadinha e comercializaram biscoito, óleo e mesocarpo de babaçu. A
comercialização desses produtos estimulou as mulheres e, no ano seguinte,
passaram a comercializá-los, através do Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE), para quatro escolas municipais
Nos anos de 2011 e 2012 foram comercializados os mesmos
subprodutos do babaçu através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para
oito escolas, dois Centros de Referência e Assistência Social (CRAS) e uma Casa
de Passagem. Em 2012, as mulheres foram capacitadas em alimentação saudável
realizada pela fundação ABRINQ com apoio da ASA, UFMA e da Universidade de São
Paulo (USP).
As mulheres estiveram presentes em várias feiras de
agricultura familiar em municípios do Maranhão e em outros estados, expondo e
comercializando subprodutos do coco babaçu e da produção familiar. Essas
viagens foram apoiadas pela ASA, FETAEMA e CONTAG. Atualmente estão concluindo
uma capacitação em gerenciamento de negócios promovido pelo Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e SENAR.
Hoje, a Associação possui 32 associadas do Assentamento
Canto do Ferreira. Estão sendo comercializados através do PNAE subprodutos do
babaçu (biscoito, bolos, mesocarpo e óleo) para 26 escolas municipais e
diversos gêneros alimentícios produzidos pela mão de obra familiar e livre de
agrotóxicos.
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