O
deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD) acusou o golpe e reagiu indignado,
nesta terça-feira (26), ao surgimento do seu nome em depoimento do assassino
confesso Jhonatan de Souza, como mandante da execução do jornalista e blogueiro
Décio Sá.
Em
discurso da tribuna da Assembléia Legislativa, Cutrim creditou a revelação do
seu suposto envolvimento à uma armação do secretário de Estado da Segurança,
Aluísio Mendes, a quem chamou de “moleque travestido de secretário” e “papagaio
ensaiado”.
“Não
sou homem de mandar recado, de mandar fazer. Agora, vem um moleque travestido
de secretário querer me desmoralizar? Ele não tem condições de ser nem
faxineiro, quanto mais secretário”, disparou.
Ele
questionou a forma como o pistoleiro se refere ao seu nome. “É muito estranho
que no depoimento esse pistoleiro se refira a mim como Raimundo Cutrim, porque
eu nunca ouvi ninguém me chamando de Raimundo Cutrim, é sempre doutor Cutrim,
ou secretário”, afirmou, insinuando que houve manipulação no interrogatório.
Visivelmente
nervoso, o parlamentar a disse “porra!” seis vezes na tribuna sem ter sido
repreendido uma vez sequer pelo presidente da Casa, deputado estadual Arnaldo
Melo (PMDB). Numa delas, Cutrim disse que não tem medo da reabertura do caso
Bertim. “Pode reabrir essa porra!’, esbravejou.
O
deputado revelou que, como ainda é delegado federal, continua andando armado e
que, se tivesse diferenças com Décio Sá resolveria “de homem para homem”.
“Se
eu tivesse problema com Décio, eu resolveria de homem para homem. Era na
porrada, na bala, mas de homem para homem. Continuo andando armado, como sempre
andei. E não é com uma, é (sic!) com cinco, seis”, disse.
Sigilo
Após
o pronunciamento do pessedista, o presidente Arnaldo Melo disse ter acionado a
Procuradoria Legislativa para que seja encaminhado expediente à Secretaria de
Estado de Segurança reforçando a necessidade de que as investigações que
envolvam deputados sejam mantidas em sigilo.
“Sob
pena de nós sermos obrigados a convocar esse secretário para nos prestar
esclarecimentos sobre essas investigações”, declarou Melo, que, semana passada,
não quis se pronunciar sobre o assunto, mas, agora, tem convicção da inocência
de Cutrim. ”Cutrim, tenha certeza da nossa convicção na sua inocência”,
ressaltou.
O
peemedebista também não quer permitir, sequer, insinuações sobre o envolvimento
de deputados com agiotagem. “Não podemos permitir nem sequer insinuações sobre
os deputados”, finalizou.
Outro
lado
O
blog (do Gilberto Léda) já procurou a SSP para ouvir a versão do secretário Aluísio Mendes sobre
as acusações de que o depoimento de Jhonatan de Souza teria sido manipulado.
Via assessoria de comunicação ele informou, há pouco, que, por enquanto, não
quer se pronunciar.
Do blog do Gilberto Léda
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