O termo
tapetão usado pela crônica futebolística para designar as famosas viradas de
mesas que mudam, em tribunais desportivos, resultados obtidos no campo do jogo,
nem tão recente assim, passou para o meio político como forma de desmerecer
investidas de adversários ou do ministério público contra quem ganha no voto,
mas que – em tese – acabaria apeado do cargo ou sequer assume por inelegibilidade
ou cometimento de crime eleitoral.
Se
reparar bem há uma guerra maniqueísta por trás da utilização da palavra. É como
alcunha de corrupto, que caracteriza o político adversário, e somente ele; ainda
que os que costumo votar ou sigo tenham incorrido nos mesmos erros. Essa miopia aqui em
Chapadinha é uma festa!
Se no
futebol a validade das jogadas são decididas em cima do lance, a regularidade
dos atos de campanha política é regulada por lei e, se contestada, precisa
passar pelo crivo do devido processo e do contraditório judicial.
Para
o político que ganhou de forma espúria (comprando votos ou abusando do poder,
por exemplo) o pedido de cassação será sempre um incomodo desesperador. Mas
para a cidadania a possibilidade da investigação criteriosa de eventual desvio
eleitoral é a exata garantia do papel soberano do voto.
Antes
de tudo é preciso encarar os processos que tramitam contra ambos os candidatos locais
como exercício regular do direito de fiscalização de parte a parte e como pressuposto de combate à adulteração eleitoral, que não é outra senão mãe zelosa da corrupção
administrativa.
Havendo provas condenações interromperão carreiras. Porque acima
dos cartolas, dos coronéis e de novos ricos, pela solidez das
instituições e qualidade dos magistrados, a justiça prevalecerá.
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