quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Vilipendio Interesseiro



Você deve ter acompanhado pela mídia local, nestes meses finais da gestão, que bater no governo Danúbia virou esporte da moda.

Entre legítimos reclames sobre falta de médicos ou remédios e quanto à paralisação temporária da coleta de lixo, questões menores, fofocas e maledicências são lançadas a torto e a direito.

Para ficar só na esfera pública houve protesto com enterro solene na rodoviária cuja história perpassa no mínimo duas décadas e, apurada direitinho, compromete os dois grupos políticos locais; teve ameaça de processo pelo “atraso” da antecipação dos salários; a rádio peão falando em funcionários fantasmas; e clamor por conta de um suposto futuro calote em fornecedores.

Passadas as eleições, este volume de ataques têm o ensejo da luta por cargos no próximo governo. Nas entrelinhas passam, ainda, ameaça velada à futura mandatária de que não acolhidos estes sabem detonar uma administração.

Tirante a vigilância pela continuidade dos serviços, forçar a barra para criticar gestores em despedida e derrotados em pleito pretérito é como vilipendiar cadáver: indolor para o defunto, mas revoltante para quem assiste à covardia.

Dito isto. Clamo para que a administração quase finada, se acomode em posição de velório, como a espera de reencarnação e não se remova errado em estertores, facilitando o ultraje. E, por fim, fervorosamente crédulo, torço para que todos os nossos problemas acabem em primeiro de janeiro com ou sem a ajuda dos corvos de plantão.

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