Numa
letra de música romântica tem uma frase que serve pra muita coisa: “É
do inferno que se vê o paraíso”, diz um sujeito insatisfeito com o romance. Depois
que o cara termina o relacionamento ele se arrepende e começa a achar a nova
situação infernalmente pior que a anterior.
Na
vida particular como na pública a gente sempre pode tomar atitudes açodadas, e
na intensão de protestar contra uma situação desfavorável acaba, por não medir
as consequências, dando um passo errado.
Na
administração e na política a sensação de que pior do que está não pode ficar é
um engano que corriqueiramente surpreende no contrapé da mentalidade atrasada,
da desonestidade e da incompetência de muitos “salvadores da pátria”.
Porém,
estas linhas têm pouco a ver com quem ainda padecerá no paraíso da intendência municipal
e diz respeito àqueles cujo dever é zelar pela continuidade dos serviços essenciais e pela proteção do patrimônio público até 31 de dezembro. Tais cuidados são
imperativos, se não em respeito às leis e ainda, à própria história pessoal, mas pela
possibilidade da reabilitação: ou pela constatação das reais dificuldades da
lida com a coisa pública ou pelo simplório destrambelho dos sucessores.
É
precisa refletir sobre tudo isso antes que, entre vencidos e vencedores de
outubro, a população não consiga mais diferençar o inferno do presente e do
futuro e passe a viver no limpo da desesperança eterna.
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