Odorico, o lendário prefeito de
Sucupira, construiu um cemitério e fez de tudo por um defunto que o
inaugurasse; acabou morrendo e ele próprio foi o usuário primeiro da cova municipal. Belezinha,
mitológica gestora de Chapadinha, fez uma gambiarra no “Beco do Rasga Sunga” como
obra prima de sua administração e ali deseja confinar camelôs retirados a força
da Praça da Bíblia. O que vai acontecer ninguém sabe ainda, mas assim como seu
colega fictício Belezinha pode acabar vítima de seu capricho e arrogância.
O prazo para a saída dos ambulantes (10
de novembro) foi dado pelo secretário Aluísio Santos, que em tentativa de
entendimento acabou distribuindo prepotência. Confrontado com o relato de um
camelô de que a cidade de Tutóia havia organização e bom entendimento entre o
poder público e os comerciantes informais, Aluísio disse que ele deveria se
mudar para Tutóia.
Uma suposta reforma da praça poderia
ser feita em etapas, até porque o fechamento total da área causaria transtornos
desnecessários a pedestres e outros usuários do logradouro.
São 23 famílias que dependem do
comércio informal da Praça da Bíblia que a prefeitura pretende colocar num
lugar onde não passa viva alma, enquanto o presidente da câmara municipal, vereador
Nonato Baleco / PDT sugeriu a criação de um Centro de Comércio Informal num
prédio ocioso que fica na mesma praça e sem que a prefeitura tenha se
manifestado sobre a opção.
Essa ânsia de Belezinha em inaugurar
o “Beco do Rasga Sunga” como grande feito de sua gestão – além de fadada ao
fracasso porque sem vendas os camelôs ali não ficarão – é uma tremenda
oportunidade perdida na regulamentação de um setor que costuma gerar sérios problemas em cidades de médio e grande porte. Se ao invés de tratar os
ambulantes (que não são muitos) como pode expiatório de sua incapacidade, o
governo Belezinha cadastrasse, limitasse e padronizasse o comércio informal,
estaria prestando um grande serviço à organização e ao bom funcionamento da
cidade agora e para o futuro.
Contrário a isso, a prefeita só
enxerga naqueles trabalhadores a possibilidade de justificar uma obra inútil
gerando drama e ameaça à subsistência dos camelôs, fazendo jus ao apelido de
Belezinha Paraguaçu.
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