Por mais descarado que possa parecer,
a prefeitura dá indicativos que vai continuar adotando a mesma postura de
apontar funcionários subalternos como responsáveis por erros graves e supostas
fraudes. Foi assim no Covidão do Fantástico e assim começa a ser com o Escândalo
do Bolsa Família.
Assim como fez quando abriu processo
administrativo contra dois servidores da saúde pelo absurdo cadastramento de
207 mil atendimentos pós-covid, que renderam quase 4 milhões à prefeitura,
agora a administração municipal resolveu, por meio da Portaria Nº 169/2023, abrir processo contra Neurivan Reinaldo
Mendes (foto), que será “averiguado os atos de possíveis fraudes no sistema CADIUNICO”,
conforme diz o documento oficial. Veja recorte abaixo.
De acordo com levantamento a prefeitura tem 653 servidores recebendo pelo Município e pelo Programa Bolsa Família.
Nossa reportagem procurou o
secretário de Assistência Social, Pastor Douglas pedindo informações sobre o
caso. O Pastor Douglas argumentou sigilo das apurações e nada falou sobre o
caso. “Trata-se de procedimento interno sob sigilo, por isso não poderei
comentar até final da apuração”, disse o secretário.
Entramos em contato com o servidor
Neurivan Mendes que nada respondeu e preferiu ficar calado sobre o processo
movido contra ele.
A diferença entre os digitadores do
Covidão e agora os do Escândalo do Bolsa Família é que os primeiros eram
moradores de outras cidades e tão logo a notícia correu eles voltaram para as
cidades de origem. Já Neurivan é de Chapadinha e talvez ainda não tenha noção
da gravidade das suspeitas contra ele.
O conjunto de supostos fraudes contra
o Bolsa Família são considerados crimes federais. Enquanto os que receberam indevidamente
estariam, em tese, sujeitos à devolução do dinheiro, os responsáveis pelo
cadastro irregular tendem a responder por crimes na Justiça Federal.
Recorte da Portaria do Processo Contra Neurivan
Nenhum comentário:
Postar um comentário